
Apesar de ter nascido nos Estados Unidos da América, o novo líder da Igreja construiu grande parte da carreira religiosa no Peru. Visto como um reformista, Prevost, ordenado padre em 1982, é conhecido por seguir a linha de pensamento de Francisco em alguns temas fraturantes.
Robert Francis Prevost nasceu a 14 de setembro de 1955, em Chicago, nos EUA, e, em 1977, integrou o noviciano da Ordem de Santo Agostinho, na província de Nossa Senhora do Bom Conselho, em Saint Louis.
A 29 de agosto de 1981 emitiu os votos solenes e, de seguida, estudou teologia na União Teológica Católica de Chicago.
No ano seguinte, aos 27 anos, seguiu para Roma para estudar Direito Canónico na ontífica Universidade São Tomás de Aquino, tendo recebido, a 19 de junho desse mesmo ano, a ordenação sacerdotal.
A mudança para a América do Sul
Dois anos depois, terminou a licenciatura e foi de imediato enviado em missão para Piura, no Peru, onde esteve até 1986. Um ano depois, obteve o douturamento com a tese "O papel do padre local na Ordem de Santo Agostinho".
Em 1988, regressou ao Peru, novamente em missão, desta vez como diretor do projeto de formação para aspirantes agostinianos das cidades de Chulucanas, Iquitos e Apurímac.
Até 1998 desempenhou as funções de padre, formador e professor antes de regressar, em 1999, a Chicago para ser o pároco da província Mãe do Bom Conselho.
Foi nomeado pelo Papa Francisco administrador apostólico da Diocese de Chiclayo, no Peru, em 3 de novembro de 2014, elevando-o à dignidade episcopal de bispo titular da Diocese de Sufar.
Cardeal desde 2023
Foi nomeado membro da Congregação para o Clero em 2019 e membro da Congregação para os Bispos em 2020 e, desde 2023, é Prefeito do Dicastério para os Bispos.
Foi criado cardeal pelo Papa Francisco no Consistório de 30 de setembro de 2023.
Prevost é conhecido como o "pastor de duas pátrias" devido à sua atuação missionária no Peru durante os anos 80.
Afável e alinhado com os ideais de Francisco
Numa entrevista ao 'site' do Vaticano, Prevost enfatizou sua visão sobre a função episcopal: "O bispo é chamado autenticamente para ser humilde, para estar perto das pessoas que ele serve, para caminhar com elas, para sofrer com elas e procurar formas de que ele possa viver melhor a mensagem do Evangelho no meio de sua gente".
Apesar da sua experiência e alinhamento com as ideias do Papa Francisco, o pontificado de Prevost vai enfrentar fortes desafios, sendo considerado sensível a questões como a imigração e a justiça social.
A sua formação na ordem dos agostinianos também é vista como um ponto positivo, trazendo uma dimensão contemplativa e missionária à sua ação.
É considerado afável, moderado e reservado, tendo sido uma das grandes apostas de Francisco e prova disso é o facto de o antigo Papa o ter nomeado responsável pelos bispos de todo o mundo e pela sua comissão para a América Latina.
A sua moderação é encarada como uma ponte entre as fações conservadoras e reformistas da Igreja.
A eleição de Robert Francis Prevost como Papa torna-o o primeiro pontífice originário dos Estados Unidos da América.
Com Lusa