
Juntos fazemos a diferença. Juntos conseguimos melhorar, avançar e criar uma Onda Ibérica! Promover a saúde é fundamental e a literacia em saúde leva ao diagnóstico precoce, que pode salvar vidas!
Em setembro de 2025, vai realizar-se um evento muito especial em Portugal, o Osteossarcoma Day, com foco, essencialmente, nos doentes. Será um encontro de experts multidisciplinares, nacionais e internacionais, com os doentes e conta com participações como a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Este evento integra ainda a Onda Ibérica do Osteossarcoma (Onda Ibérica de Elena), uma campanha pública que está a ser desenvolvida para informar e alertar a comunidade e pares para a importância do diagnóstico precoce. Esta campanha ibérica inédita conta com um trabalho fantástico por parte da Fundación Elena Tertre, que investe e apoia o cancro (especialmente o pediátrico) e que tem sensibilizado a comunidade para este tumor em particular.
O Osteossarcoma é o tumor ósseo mais frequente, apesar de raro, e pode ocorrer em qualquer localização anatómica, sendo mais incidente na área do joelho (fémur distal e tíbia proximal), seguida da bacia e úmero. Tem dois picos de incidência, com predomínio em jovens e adolescentes (10-25 anos). O segundo pico ocorre nos 60 anos, sendo na maioria secundário, por degenerescência sarcomatosa pós-radioterapia ou de determinadas patologias benignas.
Não é possível prevenir ter um osteossarcoma, não existem fatores de risco modificáveis, por isso, o diagnóstico precoce é fundamental! Para isso, necessitamos de uma população informada, capaz de valorizar sinais e sintomas que não são específicos. Devemos, nomeadamente, valorizar uma dor localizada que se mantém ou que volta sempre, intermitente, inexplicável, que agrava à noite ou com atividade física; uma massa ou tumefação que aumenta de volume; edema ou derrame articular; a diminuição de mobilidade da articulação; impotência ou disfunção, e claudicar ou mancar. Quando invade os tecidos moles e ocorre uma fratura patológica já implicou tempo de evolução e diagnóstico tardio. O osteossarcoma metastiza, ou seja, pode disseminar-se por via hematogénica e desenvolver lesões à distância, particularmente pulmonares. Sendo um tumor maligno o diagnóstico precoce salva vidas!
O tratamento do osteossarcoma é sempre multidisciplinar e deve ser realizado em Centros de Referência por equipas experientes. Na forma convencional e localizado, sem lesões à distância, o tratamento standard tem intenção curativa e engloba quimioterapia antes e depois do tratamento cirúrgico. É um tratamento complexo e muito exigente para as equipas dedicadas. Além disso, é extremamente caro e acarreta riscos de complicações, com impacto para o doente, e que ainda mais podem fazer extrapolar custos e recursos.
Nas últimas décadas verificou-se um grande avanço com a cirurgia de salvamento de membro, mantendo-se indicações específicas para a amputação. As reconstruções cirúrgicas podem ser com megapróteses tumorais (com ou sem crescimento) ou biológicas (auto/aloenxerto). A função e qualidade de vida são atualmente elevadas, mesmo após amputação, principalmente se posteriormente procederem à osteointegração.
Já em relação à quimioterapia, não se verificou qualquer avanço, ao contrário de outros tumores, pelo que está em desenvolvimento investigação, com o objetivo de encontrar biomarcadores/targets para o tratamento sistémico. A metastização à distância compromete a sobrevida. Os doentes que sobrevivem ao osteossarcoma atingem níveis de qualidade de vida elevados e, inclusive, vários são atletas de alto rendimento, um verdadeiro exemplo de força e superação! Convido o leitor a assumir esta missão nobre e juntar-se à Onda Ibérica do Osteossarcoma ao partilhar esta informação. Juntos conseguimos fazer a diferença!
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