O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou hoje que deseja uma "paz duradoura" na Ucrânia, reafirmando que as condições propostas por Moscovo, nomeadamente a cedência de território por Kiev e a renúncia à NATO, permanecem inalteradas.

"Precisamos de uma paz duradoura e estável, assente em boas bases, que satisfaça tanto a Rússia como a Ucrânia", afirmou Putin numa reunião com o homólogo bielorrusso e um reconhecido aliado, Alexander Lukashenko.

"As condições (para a paz propostas pela Rússia) permanecem inalteradas", acrescentou.

Moscovo exige que a Ucrânia entregue quatro regiões ucranianas que o exército russo controla parcialmente (Donetsk, Lugansk, Zaporijia, Kherson), bem como a península ucraniana da Crimeia, anexada em 2014.

Para além destas anexações, o Kremlin (presidência russa) quer que Kiev renuncie ao fornecimento de armas ocidentais e à adesão à NATO.

Estas condições são inaceitáveis para Kiev, que pretende a retirada das tropas russas e garantias de segurança ocidentais, incluindo a continuação do fornecimento de armas e o destacamento de um contingente europeu, ao qual a Rússia se opõe.

As negociações para encontrar uma solução diplomática para o conflito desencadeado pela ofensiva em grande escala da Rússia contra a Ucrânia em fevereiro de 2022 continuam num impasse, mesmo depois da pressão exercida nas últimas semanas pelos Estados Unidos.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reiterou hoje o seu desejo de se encontrar pessoalmente com Vladimir Putin para tentar fazer avançar as conversações, uma proposta que foi, até agora, rejeitada pelo Kremlin.

"A Ucrânia está pronta em qualquer altura para uma reunião a nível de líderes", afirmou Zelensky nas redes sociais.

Putin avançou também hoje que Moscovo tinha lançado a produção em massa do 'Oreshnik', um míssil hipersónico de última geração que pode transportar uma ogiva nuclear.

No ano passado, a Rússia utilizou o 'Oreshnik', sem uma ogiva nuclear, para atacar uma fábrica militar na cidade de Dnipro, no centro da Ucrânia.

Juntamente com o homólogo bielorrusso, Vladimir Putin reiterou que Moscovo poderá em breve instalar estes mísseis na Bielorrússia, um aliado de Moscovo que faz fronteira com vários países da NATO e da União Europeia.

"Os nossos especialistas - especialistas militares bielorrussos e russos - escolheram o local para as futuras posições. Os trabalhos de preparação dessas posições estão agora em curso", afirmou Putin.