
Em Jumilla, Múrcia, a comunidade muçulmana foi proibida de utilizar espaços públicos para celebrar dois importantes eventos religiosos: o Eid al-Fitr, que marca o fim do Ramadão, e o Eid al-Adha.
Segundo o El País, a moção foi promovida pelo VOX, partido de extrema-direita, e mais tarde alterada pelo Partido Popular (PP). O objetivo é proibir orações coletivas nas primeiras horas da manhã nos equipamentos municipais. A decisão deverá ser contestada visto que é uma medida que vai contra o direito fundamental à liberdade de religião e culto, reconhecido na Constituição.
O texto da emenda aprovada diz que a moção pretende “instar a equipa governamental a promover atividades, campanhas e propostas culturais que defendam a nossa identidade e protejam os valores e manifestações religiosas tradicionais” no país, cita o jornal espanhol.
Além disso, pede ao executivo local que modifique o regulamento de utilização das instalações desportivas para serem utilizadas “exclusivamente para atividades organizadas pela Câmara Municipal” e “em nenhum caso para atividades culturais, sociais ou religiosas alheias à Câmara Municipal”.
Ao El País, o presidente da federação espanhola de entidades religiosas islâmicas diz que a medida é uma ameaça da extrema-direita contra a fé islâmica. “Eles não se opõem a outras confissões, opõem-se à nossa. Trata-se de uma proposta islamófobica. É uma norma discriminatória para que apenas os muçulmanos não possam desfrutar das suas festas”, diz.
A comunidade de Jumilla tem cerca de 27 mil habitantes, dos quais 7,5% são de países predominantemente muçulmanos.