Em despachos separados, Chapo nomeou António Grispos para secretário de Estado do Comércio, Fredson Bacar para secretário de Estado do Turismo e Momade Juízo para secretário de Estado do Mar e Pescas.

O Chefe do Estado nomeou igualmente Chinguane Mabote para secretário de Estado dos Transportes e Matilde Muocha para o cargo de secretária de Estado das Artes e Cultura.

Em 15 de janeiro, após tomar posse, o novo Presidente de Moçambique prometeu lançar uma ampla reforma do Estado para reduzir o número de ministérios, criar novas entidades, fomentar a digitalização dos serviços públicos e combater a corrupção.

A eliminação da figura do vice-ministro e a reformulação dos cargos dos secretários de Estado e dos secretários permanentes, além da revisão do papel dos secretários de Estado nas províncias foram outras das promessas do novo chefe de Estado, que disse igualmente ir rever as regalias dos dirigentes públicos e o programa de privatizações do Estado.

"Estas mudanças incluem congelar a aquisição de viaturas protocolares para o Estado, para podermos adquirir ambulâncias e outras viaturas para servir o povo, e são medidas concretas que mostram que o Governo está disposto a apertar o cinto e liderar pelo exemplo", salientou.

A eleição de Daniel Chapo tem sido contestada nas ruas desde outubro, com sucessivas manifestações e paralisações no país, em que atualmente, para além de contestação dos resultados das eleições gerais de 09 de outubro passado, os moçambicanos reclamam, entre outros, contra o elevado custo de vida e a falta de emprego.

Nos protestos, pelo menos 327 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e cerca de 750 foram baleadas, de acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais.

As manifestações e paralisações foram convocadas, inicialmente, pelo antigo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados. Os protestos são agora maioritariamente assumidos por jovens, que questionam os 50 anos da governação da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e, além do argumento da verdade eleitoral, incluem, como motivações, o desemprego e a baixa escolaridade, que, dos 32 milhões de moçambicanos, afeta um terço dos cerca de 9,4 milhões de jovens.

 

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