Pelo menos 23 palestinianos foram hoje mortos pelas forças israelitas na Faixa de Gaza, junto aos locais de distribuição de ajuda humanitária, segundo funcionários de hospitais e testemunhas.

Umas das testemunhas, Yousef Abed, disse que as forças israelitas abriram "fogo indiscriminado" sobre a população que procurava ajuda.

Abed referiu que, só ao seu lado, foram atingidas três pessoas.

"Não consegui parar para ajudá-los por causa das balas", relatou.

O Hospital Nasser, que fica na região Sul de Gaza, indicou ter recebido corpos vindos de vários locais de distribuição de ajuda humanitária, incluindo oito de Teina.

Este hospital também recebeu um corpo vindo de Shakoush e outros nove de perto do corredor de Moraq, onde se aguardava a entrada dos camiões de ajuda humanitária.

Em declarações à agência Associated Press (AP), três testemunhas, que não se quiseram identificar, confirmaram que os soldados abriram fogo contra a multidão que procurava comida.

Já no centro de Gaza, funcionários hospitalares descreveram um episódio semelhante, em que as tropas israelitas dispararam contra palestinianos que tentavam chegar a um ponto de distribuição.

Segundo dados das Nações Unidades, entre 27 de maio e 31 de julho, 859 pessoas foram mortas perto de pontos de distribuição da Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês).

O Ministério da Saúde de Gaza (controlado pelo grupo Hamas) informou hoje que mais seis adultos palestinianos morreram de subnutrição na Faixa de Gaza.

O número de adultos palestinianos mortos subiu para 82 nas últimas cinco semanas.

Desde o início da guerra, mais de 90 crianças morreram de subnutrição, segundo a mesma fonte.

A guerra começou em 07 de outubro de 2023, quando o grupo Hamas atacou o sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e raptando outras 251.