Dezenas de milhares de apoiantes do partido Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), que Khan lidera, chegaram hoje à zona de D-Chowk, em Islamabad, para realizar o protesto, depois de terem embarcado numa longa marcha por todo o país no domingo.

"O exército do Paquistão foi mobilizado e foram dadas ordens para lidar com os malfeitores com mão-de-ferro", divulgou a emissora estatal Rádio Paquistão.

"Também foram emitidas ordens claras para disparar sobre malfeitores e desordeiros à vista", segundo a rádio estatal.

A caminho da capital, os manifestantes entraram em confronto em vários locais com a polícia, que tentou impedi-los de avançar através de bloqueios de estradas e de gás lacrimogéneo.

O protesto, que se tornou violento à medida que se aproximava da capital, já provocou a morte de três membros da força especial Rangers e de um polícia.

"Quatro agentes das forças de segurança de Islamabad e 70 polícias do Punjab ficaram feridos", segundo o Governo paquistanês.

O PTI afirmou, na rede social X, que as forças policiais abriram fogo contra os seus apoiadores desarmados na capital, ferindo vários, sem especificar pormenores das alegadas vítimas.

O chefe do governo da província de Khyber Pakhtunkhwa, Ali Amin Gandapur, um dos líderes do protesto, garantiu aos manifestantes que não terminariam a manifestação a não ser que o líder do partido lhes pedisse que o fizessem.

"Até que Imran Khan nos dê a ordem, não recuaremos. Estamos em paz, vamos realizar um protesto", disse Gandapur.

Islamabad está sob bloqueio de segurança desde domingo, com as escolas encerradas na capital e na cidade de Rawalpindi, enquanto os serviços de mensagens na internet e o WhatsApp também abrandaram.

Todas as rotas que ligam Islamabad e Rawalpindi estão completamente encerradas desde domingo.

Imran Khan, que esteve no poder entre 2018 e 2022, está a ser processado em vários tribunais, principalmente por casos de corrupção ou manifestações violentas por parte dos seus apoiantes.

Em julho, um painel de peritos da ONU descreveu a sua detenção como "arbitrária", apelando à sua libertação imediata.

Os seus apoiantes mobilizaram-se massivamente durante a sua detenção, há mais de um ano, e continuam a manifestar-se regularmente. Recentemente, dez deputados do seu partido foram detidos e apresentados a um juiz antiterrorista, poucos dias após a aprovação de uma lei que regula as manifestações em Islamabad.

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