"Toda a população palestiniana do norte da Faixa de Gaza está em risco iminente de morte por doença, fome e violência", alertaram, exigindo que "o Estado de Israel cesse o seu ataque a Gaza e aos trabalhadores humanitários".

No mês passado, as forças israelitas lançaram uma operação de grande envergadura no norte da Faixa de Gaza, com o objetivo de impedir o movimento islamita Hamas de reformar as suas unidades de combate.

"A região está sitiada há quase um mês, privada de ajuda de base e de produtos vitais, enquanto prosseguem os bombardeamentos e outros ataques", é denunciado num comunicado de imprensa do Comité Permanente Interagências, que reúne as agências da ONU e outras Organizações Não Governamentais (ONG) humanitárias.

Os responsáveis da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da agência de coordenação da ajuda humanitária da ONU e da ONG Oxfam frisaram que "só nos últimos dias, centenas de palestinianos foram mortos, na sua maioria mulheres e crianças, e milhares de outros foram novamente deslocados à força".

Na sequência de outros apelos, incluindo das autoridades americanas, pedem a Israel que deixe entrar a ajuda humanitária e evite uma catástrofe ainda maior do que a que já enfrenta o território palestiniano, cercado há mais de um ano e palco de bombardeamentos diários e de intensos combates.

"O flagrante desrespeito pelos princípios fundamentais da humanidade e pelas leis da guerra tem de acabar", defenderam.

No comunicado é ainda sublinhado que a ajuda humanitária não consegue dar resposta à dimensão das necessidades devido aos condicionalismos impostos.

"As necessidades básicas não estão disponíveis. Os humanitários não podem fazer o seu trabalho em segurança e são impedidos pelas forças israelitas e pela insegurança de chegar às pessoas necessitadas", lamentaram.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada em 07 de outubro de 2023 pelo ataque do Hamas contra Israel, que provocou a morte de 1.206 pessoas, na sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelitas (incluindo reféns mortos ou que morreram em cativeiro).

A ofensiva de retaliação de Israel em Gaza já matou mais de 43.000 pessoas, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, que a ONU considera fiáveis.

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