Uma menina de três anos foi encontrada gravemente desnutrida, sem saber andar ou falar, após ter sido mantida pela mãe dentro de uma gaveta debaixo de uma cama desde que nasceu. O caso aconteceu na cidade de Cheshire, no Reino Unido.
A criança foi encontrada em fevereiro do ano passado por um homem que namorava com a mãe. Segundo conta o The Guardian, quando subiu ao andar de cima para ir à casa de banho, ouviu o som de uma criança. Foi nesse momento que, ao abrir uma gaveta debaixo da cama, encontrou a menina em condições alarmantes, tendo denunciado a situação às autoridades.
No tribunal, citando o The Guardian, a assistente social que ainda chegou a ver a menina dentro da gaveta, revelou ter ficado "extremamente chocada" e ao perguntar à mãe se era ali que a criança vivia, a mulher sem hesitar confirmou.
A investigação revelou que a criança nunca tinha visto a luz do dia, outros rostos humanos ou experimentado alimentos sólidos, tendo sinto alimentada apenas com uma seringa pela mãe.
A mulher, cuja identidade não foi divulgada, nunca tinha registado a filha e manteve a gravidez em segredo, porque, tinha uma relação abusiva com o pai da menina.
Segundo relatado em tribunal, a mulher deixava a menina fechada numa gaveta e chegou a deixa-la sozinha na véspera de Natal para passar a noite com os outros filhos na casa de um companheiro com quem estava na altura.
A mulher foi condenada, nesta terça-feira, a sete anos e seis meses de prisão por maus tratos, negligência, agressão e abandono de menor. O tribunal descreveu os atos da mãe como "inacreditavelmente cruéis".
"Teve de aprender a sorrir"
Durante o julgamento, ficou claro que a menina, nascida em março de 2020, viveu os três primeiros anos de vida isolada e sem estímulos, o que comprometeu gravemente o seu desenvolvimento físico e cognitivo. Quando foi encontrada, a criança não conseguia gatinhar, andar ou falar e apresentava membros flácidos, pés inchados e um desenvolvimento equivalente ao de um bebé de 10 meses.
Agora, aos cuidados de uma nova família, a criança tem começado a experimentar pela primeira vez interações sociais, alimentos e brincadeiras, aprendendo a sorrir e a dar os primeiros passos.
"Teve o seu primeiro Natal connosco, fizemos tantas 'primeiras vezes' com ela. Colocamos ela num baloiço e ficou ali sentada sem saber o que fazer ou esperar", descreveu a cuidadora.