No dia em que a Polícia Judiciária (PJ) lançou uma megaoperação no concelho de Loures, na sequência dos distúrbios na Grande Lisboa, o primeiro-ministro Luís Montenegro vai falar ao país.

A declaração do chefe do Governo será feita às 20h00 a partir da residência oficial, em São Bento, onde decorrerá ao final da tarde uma reunião com as ministras Rita Júdice (Justiça) e Margarida Blasco (Administração Interna), os diretores de PSP e PJ, Luís Carrilho e Luís Neves, respetivamente, e o comandante-geral da GNR, Rui Veloso.

O tema em cima da mesa é só um: resultado das operações de segurança levadas a cabo nos últimos dias em todo o país.

A mais recente dessas ações aconteceu, precisamente, na manhã desta quarta-feira. A PJ deu cumprimento a vários mandados de busca no concelho de Loures, distrito de Lisboa, envolvendo "vários suspeitos" do incêndio num autocarro em Santo António dos Cavaleiros que em outubro feriu gravemente o motorista.

Os suspeitos são alegadamente os responsáveis pelo incêndio e ataque direto contra um autocarro em Santo António dos Cavaleiros, em Loures, durante a onda de tumultos gerada na Área Metropolitana de Lisboa pela morte de Odair Moniz, baleado por um agente da PSP no Bairro da Cova da Moura, na Amadora, há cerca de um mês.

O cabo-verdiano Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois.

Nos tumultos que sucederam à sua morte, nos dias seguintes, foram incendiados mais autocarros, dezenas de automóveis e contentores do lixo, mas o ataque que deixou em estado grave o motorista é o mais grave em investigação.