
A morte do streamer (influencer que faz vídeos em direto nas redes sociais, de qualquer conteúdo) francês Raphaël Graven, conhecido como Jean Pormanove nas redes sociais, está a ter repercussões também no futebol, segundo o “Le Parisien”.
Bradley Barcola, avançado do Paris Saint-Germain e internacional francês, e Pierre-Emerick Aubameyang, estrela gabonesa do Marselha, surgiram em vídeos divulgados durante a maratona de streaming que terminou de forma trágica, na noite de domingo para segunda-feira, nos arredores de Nice.
De acordo com o “Libération" e “L’Équipe", ambos apareceram nas gravações transmitidas a partir da 270.ª hora da emissão, dois dias antes da morte de Pormanove, incentivando o streamer, conhecido como “JP”, e o colega “Coudoux” a alcançar o objetivo de 40 mil euros em donativos.
Num dos vídeos, Aubameyang encorajava os streamers a “ligar o cérebro para acabar o jogo”, enquanto Barcola reforçava: “Grande força para o desafio, estamos todos convosco”.
O avançado do PSG, contudo, alega que o vídeo terá sido utilizado sem o seu consentimento. Segundo fontes próximas citadas por “L’Équipe", a gravação tinha sido feita no início de agosto e já antes o jogador tinha apoiado os streamers, inclusive com um donativo de mil euros para ajudar crianças doentes.
“Bradley compreende e partilha a emoção suscitada pelo falecimento de Raphaël Graven. Convém esclarecer que não estava em direto naquele dia”, sublinhou o seu círculo próximo.
Um terceiro futebolista, o ex-internacional francês Adil Rami, campeão do mundo em 2018, também terá ligações ao grupo de streamers conhecidos como “Lokal”. O antigo defesa chegou mesmo a tomar conhecimento da morte de “JP” durante uma das suas próprias transmissões ao vivo.
Caso continua a ser investigado pelas autoridades francesas
A autópsia realizada esta quinta-feira indica que a morte não teve origem traumática nem resultou da intervenção de terceiros, apontando para causas médicas e/ou toxicológicas. Estão em curso análises complementares para determinar com precisão a origem do óbito.
A investigação da Polícia Judiciária decorre em paralelo com outro inquérito, aberto em dezembro de 2024, relativo a vídeos anteriores onde pessoas vulneráveis teriam sido alvo de violência e humilhações, algumas vezes incentivadas por donativos dos espectadores.
Texto escrito por Nadja Pereira e editado por João Miguel Salvador