No dia em que a Polícia Judiciária (PJ) lançou uma megaoperação no concelho de Loures, na sequência dos distúrbios na Grande Lisboa, o primeiro-ministro Luís Montenegro fala ao país.
A declaração do chefe do Governo foi feita a partir da residência oficial, em São Bento, com as ministras Rita Júdice (Justiça) e Margarida Blasco (Administração Interna), os diretores de PSP e PJ, Luís Carrilho e Luís Neves, respetivamente, e o comandante-geral da GNR, Rui Veloso.
O primeiro-ministro começou por mencionar que, desde o dia 4 de novembro, está a ser planeado e executado um conjunto de operações designado "Portugal Sempre Seguro". De acordo com Luís Montenegro, até à data, foram desenvolvidas cerca de 170 operações com mais de quatro mil operacionais das forças de segurança e administrativas.
Cerca de sete mil pessoas e 10 mil veículos foram também fiscalizados. O chefe do Governo anunciou também o desmantelamento de duas redes criminosas com ligações à imigração ilegal e tráfico de pessoas que foram, entretanto, libertadas.
Montenegro anuncia compra de mais de 600 veículos para forças de segurança
Nas palavras do chefe do Governo, Portugal é um "país seguro, um dos mais seguros no mundo", mas é preciso continuar a trabalhar para manter esse estatuto. Dessa forma, anunciou que o Governo vai aprovar, na quinta-feira em Conselho de Ministros, uma autorização de despesa de mais de 20 milhões de euros para a aquisição de mais de 600 veículos para PSP e GNR.
"Tenho reiteradamente dito que Portugal é um pais seguro, é mesmo um dos países mais seguros do mundo, mas este contexto tem de ser trabalhado e alcançado todos os dias",
É uma medida que podia ser da exclusiva autoria do Executivo, mas que afinal já está prevista na Lei de Programação de Infraestruturas do Ministério da Administração Interna.
Um diploma que já estabelece a calendarização de investimentos, como aconteceu em fevereiro com o anterior Governo do Partido Socialista (PS), que aprovou um pacote semelhante cujos veículos devem chegar até 2026.
PM quer "tranquilizar" a população
Luís Montenegro mencionou também os tumultos que, no mês passado, deixaram um sentimento de "insegurança" na região da Área Metropolitana de Lisboa, após a morte de Odair Moniz.
"O Governo está empenhado em cumprir o seu programa e está empenhado, em colaboração com as forças e serviços de segurança, as autoridades de investigação e os demais departamentos do Estado, em poder dar à sociedade as respostas que a sociedade almeja (...)", garantiu Luís Montenegro.
Questionado se uma conferência de imprensa sobre este tema às 20:00 não pode criar alarmismo, o primeiro-ministro rejeitou esta interpretação, dizendo que foi "a hora que era possível na conciliação das agendas de todos".
"É nossa obrigação dar nota ao país daquilo que está a ser feito, dos objetivos que estão subjacentes a uma decisão que o Governo tomou de maior policiamento, de maior presença no terreno de todas as forças policiais e também, no âmbito desta campanha 'Portugal Sempre Seguro, da interação com outras entidades e serviços do Estado, com vista a promover a fiscalização de várias atividades", justificou.
O objetivo, explicou, é poder tranquilizar a população, enfatizando uma mensagem que já tinha passado na terça-feira.
"Eu repito, Portugal é um país seguro, Portugal é um dos países mais seguros do mundo, mas é preciso não viver à sombra da bananeira de uma performance passada. Nós temos de realizar as ações conducentes a garantir que no futuro teremos ainda mais condições de segurança, menos ocorrência de criminalidade e também menos perceção de que a segurança possa estar em causa", justificou.
- Com Lusa
[Última atualização às 00:22]