
Médicos, enfermeiros e outros profissionais da área da saúde cumprem esta quinta-feira uma greve conjunta de 24 horas, no Algarve, em protesto contra a falta de profissionais e a degradação das condições de trabalho.
A paralisação abrange todos os profissionais da saúde que trabalham no Serviço Nacional de Saúde (SNS) na região, que exigem, entre outras reivindicações, a contratação de mais pessoal para travar o desgaste a que dizem estar a ser sujeitos.
Segundo os profissionais de saúde, a exaustão e o agravamento das condições de trabalho só não têm maiores consequências para os doentes e utentes devido ao "elevado sentido de responsabilidade e entrega" diária.
"Os pedidos de exoneração e rescisões de contratos de trabalho acontecem quase diariamente e, em muitos serviços, regista-se uma diminuição do número de profissionais, por turno ", lamentam os profissionais, num comunicado conjunto.
Por seu turno, o presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) do Algarve, Tiago Botelho disse à Lusa não compreender os motivos invocados para a greve, considerando que, na sua origem, estão estruturas sindicais que atuam por razões políticas.
A greve, marcada para entre as 00h00 e as 24h00, foi convocada pelo Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS-FNAM), pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas do Sul e das Regiões Autónomas.
Adesão de 100% em vários serviços
Em declarações esta manhã à SIC Notícias, Alda Pereira, representante do SEP, afirma que a adesão à greve não é tão significativa no turno da noite, no entanto, nos turnos diurnos já se notam os efeitos da greve, nomeadamente em Faro e em Portimão onde há já "alguns serviços" com adesão a 100%.
A representante nomeia o serviço de Medicina 1, Cardiologia, Cirurgia ou Pediatria, mas reforça que todos os serviços mantêm os cuidados mínimos.