
Mais de 1400 pessoas e 40 organizações assinaram um manifesto contra o que consideram ser a impunidade no caso da violação em Loures.
No manifesto, divulgado pela Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres, é exigido o reforço das medidas de coação dos três suspeitos que ficaram em liberdade, apenas proibidos de contactar a jovem de 16 anos.
“A libertação dos três arguidos suscita indignação e alarme. Este caso evidencia um problema sistémico na aplicação de medidas de coação inadequadas para a prevenção de crimes contra mulheres e raparigas, revelando falhas estruturais na proteção das vítimas e uma menorização dos crimes praticados”, é defendido no manifesto.
“A resposta judicial até ao momento transmite uma perigosa mensagem de impunidade, minando a confiança no sistema de Justiça e perpetuando a cultura de violência contra as mulheres e raparigas”, é acrescentado.
No manifesto, é igualmente pedida a "suspensão imediata" do acesso dos jovens a redes sociais. O objetivo, alega-se, é impedir que os suspeitos continuem a instrumentalizar o crime e a expor a vítima.
“Os três jovens arguidos continuam com acesso aos seus perfis digitais, o que possibilita, perversamente, a capitalização do tema-notícia pelos próprios e a culpabilização da vítima”, sustenta o manifesto.
Há uma semana, a Polícia Judiciária deteve, em Loures, três jovens, entre os 17 e os 19 anos, suspeitos de violarem uma rapariga e de partilharem o vídeo do crime nas redes sociais.