O líder da Nova Direita na Madeira, Paulo Azevedo, é o cabeça de lista do partido à Câmara Municipal do Funchal nas eleições autárquicas de 12 de outubro, sendo que a sua prioridade é reforçar os apoios à habitação.

"A nossa candidatura baseia-se em servir os funchalenses e não se servir dos funchalenses, que é aquilo que se tem visto até hoje", disse o candidato à agência Lusa, vincando que a Nova Direita pretende "ajudar as pessoas a terem uma vida digna".

A prioridade de Paulo Azevedo é criar condições para reforçar a oferta de casas e, simultaneamente, melhorar a gestão da empresa municipal SocioHabita, responsável pelo parque de habitação social do concelho.

"Há um grave problema com as listas [de espera] da SocioHabita", acusou, reforçando que "não são claras".

"Não dá para perceber de que forma são atribuídos os fogos e também há um problema devido à falta de construção de novas habitações sociais", sublinhou, defendendo que a autarquia deve apostar na construção modular, que diz ser mais barata e de execução mais rápida.

Paulo Azevedo, que tem 50 anos (nasceu em 27 de setembro de 1974) e é empresário, preconiza também políticas para incentivar a fixação dos jovens no concelho do Funchal, aumentar a natalidade e fomentar o investimento privado, considerando que "o Funchal estagnou".

"Não há grandes investimentos, nem grandes empresas a investir no Funchal, não há condições para as empresas se estabelecerem no Funchal e criarem postos de trabalho para os jovens", disse.

O cabeça de lista da Nova Direita apontou, por outro lado, a necessidade de se criarem melhores condições de vida nas zonas altas do concelho, onde reside a maioria da população, nomeadamente através da construção de mais acessibilidades, reforço dos transportes públicos e instalação de creches geridas pelo município.

"A Câmara Municipal virou as costas às zonas altas", acusou.

Paulo Azevedo, que aderiu à Nova Direita em 2024 e antes militou no PCP, diz que o partido tem condições para eleger pelo menos um vereador, reiterando que a sua prioridade será o setor da habitação.

"A habitação é o pilar da nossa sociedade. Uma pessoa sem uma habitação digna não evolui", alertou.

No Funchal, o município mais populoso da Região Autónoma da Madeira, com 108.129 habitantes (dados oficiais referentes a 2024), além da Nova Direita, que se apresenta pela primeira vez em eleições autárquicas, concorrem à Câmara Municipal PAN (Mónica Freitas), Livre (Marta Sofia), Chega (Filipe Santos), PS (Rui Caetano), ADN (Miguel Pita), JPP (Fátima Aveiro), PTP (Raquel Coelho), MPT (Válter Rodrigues), coligação PSD/CDS-PP (Jorge Carvalho), CDU (Ricardo Lume), IL (Sara Jardim) e BE (Dina Letra).

O RIR também apresentou listas, mas apenas para a Assembleia Municipal e uma junta de freguesia.

O atual executivo camarário é composto por seis vereadores da coligação PSD/CDS-PP, chefiado por Cristina Pedra, e cinco sem pelouro da coligação Confiança, liderada pelo PS.

Nas últimas autárquicas, em 26 de setembro de 2021, a coligação PSD/CDS-PP venceu em três dos 11 concelhos da Madeira: Funchal, São Vicente e Porto Santo.

O PSD, isolado, venceu em Câmara de Lobos e Calheta, enquanto o CDS-PP ganhou sozinho em Santana.

O PS conquistou a maioria Porto Moniz, Machico e Ponta do Sol, enquanto o JPP manteve a presidência em Santa Cruz.

Na Ribeira Brava venceu o movimento Ribeira Brava em Primeiro, com uma lista que recebeu o apoio de sociais-democratas e centristas.