A Ucrânia reconheceu hoje pela primeira vez os avanços das tropas russas na região de Dnipropetrovsk (centro-leste), onde Moscovo já tinha reivindicado avanços em julho.

O porta-voz do exército ucraniano para a região, Viktor Tregoubov, confirmou a entrada das tropas russas em Dnipropetrovsk onde "decorrem atualmente combates", em declarações à agência de notícias francesa France-Presse (AFP).

Kiev tinha, até agora, negado qualquer tipo de avanço russo em Dnipropetrovsk.

O agrupamento de Dnipro do exército ucraniano, responsável por esta zona de combate, afirmou hoje ter "travado o avanço dos invasores russos" pouco depois de estes terem entrado na região de Dnipropetrovsk a partir de Donetsk, mais a leste.

Os militares ucranianos "continuam a controlar a aldeia de Zaporizké", a cerca de 20 quilómetros a oeste da cidade de Velyka Novossylka, cuja captura foi reivindicada pela Rússia na segunda-feira.

O grupo de combate informou ainda sobre "operações de combate ativas perto da aldeia de Novogueorguiyevka", que os russos afirmaram ter tomado a 20 de agosto.

O site de cartografia militar online DeepState, próximo do exército ucraniano referiu hoje, no entanto, a ocupação destas duas localidades.

A Rússia intensificou as operações no leste da Ucrânia nos últimos meses, quando decorrem esforços diplomáticos para tentar encontrar uma solução para a guerra que desencadeou ao invadir a Ucrânia em fevereiro de 2022.

A Rússia ocupa atualmente cerca de 20% do território da Ucrânia, uma antiga república soviética que Putin defende que não devia ser um país independente, mas antes integrar a Federação Russa.

Meses depois da invasão, a Rússia declarou a anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, depois de ter invadido e anexado a Crimeia em 2014.

A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a legitimidade das anexações.

Os avanços russos surgem numa altura em que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que quer acabar com a guerra o mais rapidamente possível, anunciou planos para uma reunião entre o seu homólogo russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Contudo, Moscovo excluiu a possibilidade de um encontro imediato entre os dois homens.

O Kremlin exige que a Ucrânia se retire de certos territórios que ainda controla parcialmente, nomeadamente a região de Donetsk, como condição prévia para o fim das hostilidades.