
O grupo parlamentar e dirigentes do Juntos Pelo Povo (JPP) visitaram esta sexta-feira o concelho da Calheta, no âmbito da iniciativa 'Deputados com o Povo – menos escritório, mais território'. Durante a acção política, o partido alertou para o que considera ser um problema de excesso de viaturas e ausência de infra-estruturas adequadas para receber entre 500 a 1.500 turistas que, diariamente, se deslocam à zona do Rabaçal.
Segundo o JPP, aquele que é um dos pontos turísticos mais frequentados da Madeira enfrenta riscos de descaracterização, caso não sejam tomadas medidas com urgência.
A visita à Calheta teve início junto ao Farol da Ponta do Pargo. No local, o deputado e candidato à presidência da Câmara Municipal, Basílio Santos, chamou a atenção para as obras prometidas em 2022 no miradouro contíguo. O deputado referiu que o farol é um dos mais visitados do país e classificou as intervenções em falta como prioritárias para garantir a segurança das pessoas.
Ainda na freguesia da Ponta do Pargo, o JPP apontou a situação do Centro Cívico, cuja manutenção está, segundo o partido, por fazer há vários anos. Basílio Santos referiu que o edifício apresenta infiltrações, degradação estrutural, risco de queda em zonas exteriores e um parque de estacionamento convertido em estaleiro.
Na vila da Calheta, o secretário-geral do JPP, Élvio Sousa, liderou a comitiva e destacou a falta de execução relativamente à obra de consolidação da escarpa, que considera ser uma promessa repetida sem concretização. Basílio Santos acrescentou a necessidade de construir o emissário para a Estação de Tratamento de Águas Residuais da Calheta e apontou também a estrada Serra d’Água–Arco da Calheta como uma via que requer obras.
A visita terminou no Arco da Calheta, onde o JPP denunciou deficiências ao nível do saneamento básico e falhas no abastecimento de água potável.
Basílio Santos criticou a gestão municipal, referindo que há sinais de desgaste de 50 anos de governação pelo mesmo partido. Questionou a utilização dos orçamentos municipais dos últimos anos, que rondam os 98 milhões de euros, perguntando que obras relevantes foram desenvolvidas por iniciativa da autarquia. Apontou a existência de recursos financeiros, mas falta de planeamento, ausência de novos projectos e escassez de ideias, defendendo que o JPP pretende “inverter este ciclo político”.
O candidato criticou ainda a possibilidade de privatização de percursos turísticos no concelho, considerando que a autarquia está a abdicar de receitas que poderiam ser aplicadas em intervenções de pequena escala com impacto na vida das populações.
O projecto 'Deputados com o Povo – menos escritório, mais território' irá decorrer em todos os concelhos e freguesias da Região Autónoma da Madeira, tendo como objectivo, segundo o partido, recolher contributos junto da população para a elaboração de um programa político alternativo. Entre as preocupações destacadas estão o custo de vida, os baixos salários, a carência habitacional, as listas de espera na saúde, a mobilidade inter-ilhas, os preços da energia e do gás, e os problemas no sector primário, como a agricultura, as pescas e o ambiente.