Há dois meses, José Sócrates inaugurou o julgamento, mas cinco sessões depois já estava a despedir-se do advogado. Ao fim de sete semanas, José Sócrates regressa à Operação Marquês para continuar o que deixou a meio.

Depois dos negócios da PT e do Grupo Lena, o antigo primeiro-ministro vai começar a explicar se era dele a casa em Paris, se recebeu dinheiro durante anos e se houve corrupção em Vale do Lobo.

É o regresso do julgamento em que já se ouviu uma escuta com conteúdo pessoal, que dizia respeito a uma conversa entre Sócrates, Mário Soares e Almeida Santos sobre a vida íntima de Salazar.

Reabre o julgamento em que Sócrates mencionou Luis Montenegro e o caso Spinumviva. O processo onde já se ouviram críticas a Cavaco Silva, Belmiro de Azevedo, ao Procurador-Geral da República e a António Costa.

O Ministério Público começa a produção de prova depois do tribunal ouvir os próximos três arguidos, José Diogo Pereira, Gonçalo Trindade Ferreira e Rui Horta e Costa, que vão ter de esperar que José Sócrates termine de ser ouvido pelas juízas e questionado a seguir pelos jornalistas.

O mais decisivo processo da justiça portuguesa está de regresso esta terça-feira.

Os casos que regressam aos tribunais

Para além da Operação Marquês, há outros casos que voltam à atividade, depois das férias judiciais. Com alzheimer diagnosticado, Ricardo Salgado está dispensado de vir ao campus da Justiça, onde nesta altura está a ser julgado em quatro processos diferentes.

Para além da Operação Marquês, é o principal arguido do processo principal à queda do BES e do GES, também no chamado processo BESA, ao lado de Álvaro Sobrinho e no caso em que terá sido corrompido o ex-vice presidente do Banco do Brasil.

Em Viana do Castelo, deverá ainda começar em breve o julgamento do aumento de capital do BES.

Da morte de Odair Moniz à Operação Lex e Vortex

Em Espinho, vai fazer um ano que começou o julgamento do processo Vortex e ainda não foram ouvidas todas as testemunhas. Miguel Reis e Pinto Moreira, dois ex-autarcas, são acusados de terem recebido luvas de empresários do ramo imobiliário.

A 15 de outubro, quase um ano depois da morte de Odair Moniz, na Cova da Moura, começa a ser julgado o agente da PSP acusado de homicidio.

Também em outubro, mais de cinco anos depois da acusação, deverá começar no Supremo Tribunal de Justiça o julgamento da Operação Lex, com o antigo juiz Rui Rangel e Luís Filipe Vieira no banco dos réus, acusados de crimes de corrupção.

À espera de decisão, ainda sem data marcada, está o processo que levou Joana Marques a tribunal por causa de um vídeo. Por supostos danos morais e patrimoniais, os Anjos exigem à humorista mais de 1 milhão e 100 mil euros de indemnização.

António Costa continua a ser investigado

Com ligações à política, há dois casos que podem ter desenvolvimentos neste regresso das férias. Já se passaram quase dois anos que o Ministério Público fez buscas na Operação Influencer, inclusive na residência oficial do primeiro-ministro.

O processo que provocou a queda do governo socialista continua em investigação e António Costa, agora Presidente do Conselho Europeu, continua a ser investigado, ainda que até agora não tenha sido constituído arguido.

Caso Spinumviva arrasta-se

Também nas mãos do Ministério Público está o caso Spinumviva e as dúvidas legais sobre a consultora que Luís Montenegro passou para os filhos. A Procuradoria-Geral da República decidiu abrir uma averiguação preventiva que já se arrasta há mais de cinco meses.Tudo para dizer se o caso deve seguir inquérito crime ou se é arquivado.