Em novembro do ano passado, um cidadão cubano foi dado como desaparecido na tranquila povoação de Tajueco, na província de Soria, na Andaluzia. O caso chegou às autoridades espanholas e resultou em várias operações para tentar encontrar o paradeiro do homem de 33 anos, mas só agora está perto de ser resolvido... graças a uma imagem do Google Maps.

O homem, identificado como JLPO, terá viajado até Soria para se encontrar com a esposa, mas esse encontro acabou da pior maneira. Às autoridades locais, um dos seus familiares disse ter recebido várias mensagens que considerou suspeitas. Embora residissem em locais diferentes, os dois mantinham um relacionamento muito próximo. Depois de ter deixado de receber notícias, decidiu denunciar o desaparecimento do cidadão cubano.

" O queixoso afirmou ter recebido uma série de mensagens do telefone da pessoa desaparecida nas quais lhe dizia que tinha conhecido uma rapariga, que ia abandonar Soria e que se ia desfazer do telefone. Tudo isto fez com que o queixoso suspeitasse que as mensagens não tinham sido enviadas pelo desaparecido, pelo que decidiu informar a Polícia Nacional", lê-se numa nota informativa das autoridades espanholas.

As suspeitas do desaparecimento de JLPO recaíram sobre a sua então companheira e um homem - apontado como o seu amante - com quem mantinha um relacionamento amoroso. Agora, mais de um ano depois dos acontecimentos, o casal foi detido e acusado de estar envolvido no desaparecimento e na morte do cubano.

Além das várias buscas realizadas às residências e veículos dos suspeitos, as autoridades analisaram também algumas imagens disponíveis no Google Maps, a famosa plataforma de mapeamento digital e navegação. Pela primeira vez em 15 anos, as imagens referentes às ruas de Tajueco foram atualizadas e, curiosamente, captaram o preciso momento em que um dos suspeitos é visto a colocar na mala do carro, o que aparenta ser um corpo humano enrolado num lençol branco.

Numa conferência de imprensa, um dos responsáveis pela investigação revelou que a imagem captada pelas câmaras do Google Maps remonta ao passado mês de outubro.

"Nenhuma informação, por menos importante que possa parecer, é negligenciada. Mas não foi o início, nem lhe foi atribuído um valor determinante na investigação", explicou o Inspetor Óscar García da Unidade Especializada em Crime e Violência.

As mesmas imagens, levaram as autoridades a fazer buscas num cemitério nas proximidades da província espanhola de apenas 56 habitantes. Neste local, de acordo com a nota informativa da Polícia Nacional, foram encontrados restos mortais que poderão pertencer a JLPO. Estes foram transferidos para o Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses de Soria.

O casal ficou em prisão preventiva depois de ter sido presente a um juiz.