O Governo quer obras de expansão do aeroporto da Portela até 2028, aumentando de 38 para 45 movimentos por hora, mas o estudo da ANA, feito com o apoio de uma consultora britânica Matt MacDonald, conclui que as estruturas existentes atualmente “são suficientes”.

De acordo com a informação avançada pelo jornal Expresso, as estruturas do aeroporto são capazes de suportar até 42 movimentos e só quando se pretender alcançar os 45 movimentos é que esta expansão será indispensável.

Ou seja, a capital é capaz de receber um avião a cada 81 segundos, sendo que atualmente há 38 movimentos a cada 95 segundos. As conclusões vertidas no relatório do plano de expansão, ao qual o Expresso teve acesso, apontam que as obras mais infraestruturais na pista e nos terminais só ficariam concluídas em 2032, caso se concretizem.

Já um terceiro terminal não deverá sequer sair do papel.

Assim, o relatório coloca um travão nas ambições do Governo, ao concluir que a generalidade das obras são dispensáveis e que estas só se tornam mesmo necessárias quando se quiserem atingir os 45 movimentos, mais sete do que o máximo atual.

Aumento para os 45 movimentos pode não ter 'luz verde'

O estudo de impacte ambiental, ainda em elaboração, poderá vetar também a ambição de alcançar 45 movimentos por hora no aeroporto. Depois de concluído, este será entregue à Agência Portuguesa do Ambiente, que decidirá se autoriza ou não o avanço do projeto.

Só se a Agência Portuguesa do Ambiente der 'luz verde', as obras podem começar.

O Plano de Expansão do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, resulta da decisão do Governo de reforçar a capacidade da Portela, até à entrada em operação do Aeroporto Luís de Camões, no Campo de Tiro de Alcochete, "a qual se prevê que aconteça em cerca de dez anos".

Com mais de 500 hectares, o Aeroporto Humberto Delgado serve Lisboa desde 1942 e a ideia é desmantelá-lo uma vez concluída a nova infraestrutura na margem sul do rio Tejo.