O incêndio dos concelhos de Portalegre e Castelo de Vide foi considerado dominado às 10:19 desta sexta-feira, revelou à agência Lusa fonte da Proteção Civil, realçando que os meios estão agora posicionados nas áreas mais críticas.

"O incêndio está dominado na totalidade, o que confirmámos às 10:19, após um reconhecimento aéreo a todo o perímetro", disse o 2.º comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Alto Alentejo, João Vaz.

Segundo o mesmo responsável, o sinistro queimou "um pouco de tudo, eucaliptal, pinho, matos, pasto, sobreiros, entrou na Serra de São Paulo, mas não chegou a entrar na Serra de São Mamede".

Além disso, continuou, foram afetadas "algumas habitações" na zona de Castelo de Vide, "dispersas e situadas na orla florestal", mas o levantamento desses danos está a ser efetuado pela câmara municipal deste concelho alentejano, no distrito de Portalegre.

O incêndio "tem um perímetro de sete quilómetros, ou seja, da cauda até à orla, mas depois toda a orla estende-se por 33 quilómetros", indicou ainda João Vaz.

"Continuam trabalhos de rescaldo e consolidação"

O 2.º comandante sub-regional do Alto Alentejo destacou que, agora que o foco está dominado, "continuam trabalhos de rescaldo e consolidação" e os meios "estão espalhados sobretudo pelas áreas mais críticas, para reagir a eventuais reativações que possam ocorrer".

"E é expectável que ocorram devido às condições meteorológicas severas e ao acumulado dos dias de calor que se fizeram sentir nas últimas semanas, estando os combustíveis com secura elevada", avisou.

O alerta para este foi dado às autoridades às 14:01 de quinta-feira, tendo eclodido numa zona de mato na Tapada do Loureiro, freguesia de Ribeira de Nisa e Carreiras, no concelho de Portalegre, segundo o Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Alto Alentejo.

Na mesma tarde, progrediu para o vizinho concelho de Castelo de Vide e rondou o perímetro urbano desta vila.

Em declarações à Lusa, ao início da noite de quinta-feira, o presidente da Câmara de Castelo de Vide, António Pita, indicou que o foco de incêndio tinha chegado perto da vila, mas naquele momento não existiam "casas em perigo".

"O fogo veio de Portalegre, apanhou a serra de São Paulo e a Estrada Nacional 521 (EN521) e dirigiu-se ao espaço médio urbano da vila", relatou.

O autarca referiu que houve uma situação mais complicada com chamas junto a um posto de abastecimento de combustíveis, mas foi resolvida, sem incidentes. O sinistro provocou quatro feridos ligeiros entre os operacionais envolvidos no combate às chamas, um sapador florestal e três bombeiros.

Às 11:20, de acordo com a página de Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o incêndio mobilizava 236 operacionais, apoiados por 80 viaturas.

Devido à ocorrência, diversas estradas nacionais e regionais foram cortadas naquela zona.