
Um fóssil de dente de rena descoberto na jazida da serra de Atapuerca, em Burgos, Espanha, é o registo mais antigo da fauna glaciar da Península Ibérica, foi hoje divulgado.
O fóssil, datado entre 243 e 300 mil anos, foi descoberto juntamente com um fragmento de crânio humano pré-histórico e restos de artefactos de pedra e, segundo os autores da descoberta, revela que a fauna glaciar se estendeu por toda a Pensínsula Ibérica.
Um dos autores, Jan van der Made, investigador do Museu Nacional de Ciências Naturais de Madrid disse, citado em comunicado, que "a presença desta rena nesta latitude indica que o frio extremo pode ter afetado as condições da fauna ibérica antes e de maneira mais intensa do que se pensava até à data".
As últimas eras glaciares expandiram o ecossistema conhecido como "Estepe dos Mamutes", que albergava não só estes grandes animais, mas também rinocerontes-lanosos e renas, com algumas das espécies a chegarem mais a sul, até ao território hoje correspondente às cidades de Madrid e Granada.
Os resultados da descoberta foram descritos num artigo divulgado, esta segunda-feira, na publicação científica Quaternary.