
A Polícia de Segurança Pública (PSP) alerta para o fenómeno crescente das burlas por falso acidente, recomendando aos cidadãos cuidados acrescidos, em particular aqueles com mais idade. Os autores destas burlas atuam de forma manipulada, fazendo crer que foram vítimas para pediram dinheiro a quem nada fez.
"O modus operandi mais utilizado pelos suspeitos consiste numa abordagem à vítima quando esta efetua algum tipo de manobra com a sua viatura (na maioria das vezes marcha atrás), nomeadamente em estacionamentos nas grandes superfícies comerciais, afirmando que a vítima embateu na sua viatura, solicitando uma compensação imediata (quantia monetária), utilizando manipulação, pressão psicológica ou mesmo intimidação", diz a PSP em comunicado.
Nos primeiros três meses de 2025 foram reportadas 111 denúncias por este tipo de crime, o que representa 58% do total de denúncias feitas no ano passado.
O crime de burla por falso acidente está a crescer e a PSP alerta que é preciso estar mais atento. Em 2024, as denúncias ascenderam a 190, mais 47% do que em 2023, quando tinham sido 129. Em 2022 ascenderam a 109 e em 2021 eram 86.
De 2021 até agora as denúncias ascenderam a 625.
A PSP afirma que "recentemente, apurou-se também a existência de algumas situações em que o autor apresenta à vítima um TPA (Terminal de Pagamento Automático), insistindo no pagamento imediato". Alerta que para credibilizar a mentira, o burlão "apresenta à vítima dor física, no caso da simulação de atropelamento, ou o dano no objeto em questão (quebra ou risco, seja na viatura ou no telemóvel), que normalmente já existia antes do alegado embate, facto que a vítima desconhece".
E, avisa ainda que "quando se trata de danos em viatura, ainda junto da vítima, o suspeito simula um contacto telefónico de voz com uma oficina de reparação automóvel ou com uma operadora de comunicações, transmitindo o dano e fingindo receber um valor de orçamento, que, por sua vez, transmite à vítima".
O assunto já tinha sido noticiado em abril, alertando para este tipo de crime. Estas situações são normalmente simuladas entre as 10h e as 16h e as vítimas são pessoas com idades entre os 70 e os 80 anos.