
Cinco jovens foram detidos e um menor foi identificado na freguesia de Porto Salvo, Oeiras, por serem suspeitos de dezenas de crimes de roubos a estafetas de distribuição de refeições com recurso a violência, avançou esta sexta-feira a PSP.
Em comunicado, o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP explica que as detenções e a identificação dos jovens, com idades compreendidas entre os 15 e 19 anos, tiveram lugar na quarta-feira.
Os detidos já foram presentes à autoridade judiciária competente, tendo sido aplicada a quatro deles a medida de coação mais gravosa, a prisão preventiva, enquanto o quinto suspeito ficou sujeito a apresentações diárias às autoridades.
Segundo a força policial, os roubos ocorriam desde o final do mês de fevereiro, sendo os alvos estafetas ao serviço de plataformas eletrónicas de distribuição de refeições. A investigação apurou que o grupo atuava com elevado grau de premeditação.
"Os suspeitos realizavam encomendas fictícias, com o objetivo de atrair os estafetas para zonas previamente escolhidas e com fraca iluminação pública. No momento da entrega, o grupo emboscava as vítimas, utilizando violência sob a forma de força física e causando-lhes lesões que, em muitos casos, obrigaram a cuidados médicos de urgência", pode ler-se na nota.
Em algumas ocorrências, os autores "revestiam o crime de especial gravidade ao recorrerem a armas brancas para ameaçar e intimidar os estafetas, facilitando assim a subtração de bens".
Apurou-se também que, em várias situações, os suspeitos aguardaram que o estafeta concluísse a entrega para o surpreenderem no momento em que retomava a marcha, aproveitando o momento de vulnerabilidade da vítima.
Segundo a PSP, foram roubadas quantias em dinheiro, telemóveis e os motociclos utilizados pelas vítimas para o exercício da atividade profissional.
Apesar da violência exercida, a atuação dos polícias permitiu que todos os motociclos fossem recuperados, no próprio dia ou nos dias imediatos à prática dos crimes.
Durante os assaltos, alguns elementos do grupo ocultavam a identidade com recurso a balaclavas, "denotando deliberada intenção de dificultar a sua identificação e associar-se a uma atuação organizada".
Este padrão de atuação "reiterado e violento" gerou, segundo a PSP, um clima de medo e insegurança junto da comunidade de estafetas, muitos dos quais manifestaram receio em continuar a atividade em determinadas zonas do concelho de Oeiras, no distrito de Lisboa.
Também a população local demonstrou crescente inquietação, uma vez que os roubos ocorriam em áreas residenciais, provocando alarme social e um sentimento de insegurança.