O Governo chinês manifestou esta terça-feira vontade de "oferecer uma plataforma e criar oportunidades para que fações palestinianas se reconciliem e dialoguem", mas não especificou se o Hamas e a Fatah se reuniriam em Pequim este mês.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que a China "sempre apoiou a reconciliação das fações palestinianas através do diálogo e da negociação" e que os esforços da China "estão em consonância com os das partes envolvidas".

Lin fez esta declaração depois de os órgãos norte-americanos terem noticiado que os líderes de ambos os grupos se reunirão na próxima semana na China para discutir a administração da Faixa de Gaza após a guerra.

Sobre este possível encontro, o porta-voz disse que a China "divulgará informações em devido tempo", sem dar mais pormenores.

Sublinhou ainda que Pequim está disposta a "reforçar a comunicação e a coordenação com todas as partes para atingir o objetivo da reconciliação le interna na Palestina".

As duas fações já se reuniram na capital chinesa em abril, quando sublinharam a necessidade de avançar para a "unidade nacional" e acabar com a divisão entre os movimentos palestinianos no âmbito da Organização de Libertação da Palestina (OLP).

O Hamas e a Fatah estão em conflito desde 2007, altura em que o Hamas expulsou as forças da Fatah da Faixa de Gaza, dissolveu o executivo conjunto e tomou o poder pela força, depois de ter vencido as eleições legislativas um ano antes. Vários mediadores, incluindo o Egito, a Arábia Saudita, o Qatar e a Rússia, tentaram intervir para pôr fim à divisão que se mantém desde então.

Não é a primeira vez que a China intervém como mediador num conflito na região: no ano passado, mediou um acordo entre o Irão e a Arábia Saudita para restabelecer as relações diplomáticas.