
O deputado madeirense do Chega Madeira eleito à Assembleia da República, Francisco Gomes, criticou esta quarta-feira, 6 de Agosto, a forma como o Estado português tem gerido os seus terrenos florestais, afirmando que a proliferação do eucalipto representa "um perigo constante para as populações".
Em nota emitida, o parlamentar critica que os incêndios deflagram no país ano após ano "sem que se ataque verdadeiramente as suas causas estruturais".
O que é que arde descontroladamente todos os anos? É o eucaliptal. E o Estado continua cego a esse facto. Se não houver coragem para gerir o eucalipto com responsabilidade, vamos continuar a ver pequenas ignições transformadas em verdadeiros incêndios incontroláveis. Francisco Gomes
O deputado apela a mais prevenção e defende uma mudança na política florestal nacional, acusando os sucessivos governos do PS e do PSD de "privilegiar soluções de visibilidade mediática em detrimento do trabalho de fundo".
O que é necessário é uma gestão preventiva séria das serras, tanto públicas como privadas. Mas isso dá trabalho, não rende votos e por isso os políticos não se preocupam. Deixam as populações em risco e depois culpam o clima e os criminosos, mas deixam-nos esses terroristas na rua, com penas suspensas. Francisco Gomes
O deputado considera “escandalosa” a "dualidade de critérios” que diz acontecer quando "as grandes plantações de eucalipto não são obrigadas a fazer limpezas, mas o pequeno agricultor enfrenta penalizações, se proceder de igual forma".
Para Francisco Gomes, a substituição gradual dos eucaliptais por espécies autóctones deve ser um objectivo estratégico, com impactos positivos ao nível ambiental, económico e social.
Uma floresta de eucaliptos desidrata os solos, seca ribeiras, destrói a biodiversidade e promove incêndios. Sim, fogo vai sempre haver. Mas o que não pode continuar é um Estado que abandona as suas florestas e põe vidas em risco por incompetência! Francisco Gomes