O deputado do Chega Francisco Gomes eleito à Assembleia da República pelo círculo eleitoral da Madeira denunciou este domingo, 24 de Agosto, que Portugal "está a ser utilizado por milhares de burocratas paquistaneses para lavar milhões de euros obtidos através de corrupção e actividades ilícitas".

Em nota emitida, o parlamentar aponta que as operações "passam pela aquisição de propriedades no país, não apenas para investir dinheiro de origem criminosa, mas também para obter nacionalidade portuguesa, permitindo, se necessário, uma fuga a acusações e processos judiciais que possam enfrentar no Paquistão".

O deputado do Chega alerta que este é “um dos maiores escândalos de corrupção” da actualidade e que o mesmo continua a acontecer “à vista de todos”. Francisco Gomes afirma que a comunicação social portuguesa permanece "em silêncio" perante os casos e que as autoridades nacionais "não estão a tomar medidas eficazes para travar a entrada de dinheiro que diz ser sujo e corrupto” no território nacional com o objetivo de obter nacionalidade.

O parlamentar também afirma dispor de informações que indicam que entre 7 mil e 11 mil burocratas paquistaneses já concretizaram este tipo de operações.

É inaceitável que Portugal esteja a ser transformado num paraíso para corruptos internacionais. Estamos a falar de milhares de indivíduos que compram casas com dinheiro sujo e garantem passaporte português para escapar à justiça. O silêncio das autoridades e da comunicação social é cúmplice desta vergonha nacional! Francisco Gomes

Francisco Gomes salienta que a gravidade do caso não se limita ao impacto económico, mas envolve o que diz serem riscos para a segurança nacional. Nesse sentido, aponta que, segundo as informações que dispõe, "muitos dos burocratas paquistaneses envolvidos no esquema poderão estar ligados a movimentos radicais islâmicos".

Para Francisco Gomes, a conjugação de corrupção de alto nível com potenciais ligações a redes extremistas cria "um cenário explosivo que não pode ser ignorado pelas autoridades nacionais".

Não estamos apenas a permitir que dinheiro corrupto entre no país. Estamos também a abrir a porta a redes radicais que representam uma ameaça à segurança nacional. Este caso é grave demais para ser ignorado e exige ação por parte do governo português, que confio que já esteja na posse de alguma desta informação. Francisco Gomes

O Chega defende a revisão das regras que permitem a aquisição de nacionalidade através de investimento imobiliário e a criação de um sistema de rastreio rigoroso para impedir que Portugal seja usado como refúgio para criminosos.