"Só vemos uma via possível: um cessar-fogo imediato e a aplicação integral da Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas", disse Borrell, que visita hoje a capital libanesa.

O Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança referia-se à resolução que pôs fim à anterior guerra entre Israel e o movimento libanês em 2006.

Borrell falou aos jornalistas no final de uma reunião com o presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, segundo a agência francesa AFP.

O também vice-presidente da Comissão Europeia disse que o Líbano está "à beira do colapso" e apelou à pressão sobre Israel e a milícia xiita libanesa Hezbollah para que aceitem a última proposta de cessar-fogo dos Estados Unidos.

"Estamos a aguardar uma resposta concreta e definitiva do Governo israelita. Esperamos que isso seja possível com a participação dos Estados Unidos e da França", afirmou, citado pela agência espanhola Europa Press.

O Governo libanês informou hoje Washington que aceitava a última proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo

Borrell pediu aos deputados libaneses que assumissem "a sua responsabilidade política" e elegesse um presidente para pôr fim ao vazio de poder no Líbano.

Destacou igualmente o papel da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL), recordando os quatro "capacetes azuis" feridos há alguns dias.

Borrell fez os apelos enquanto o Hezbollah anunciava hoje novos ataques contra Israel e o exército do Líbano dava conta de um ataque israelita que matou um soldado e feriu 18.

O enviado especial dos Estados Unidos, Amos Hochstein, reuniu-se esta semana com Nabih Berri, o negociador designado pelo Líbano, para tentar fazer avançar o acordo.

Hochstein está empenhado há várias semanas em esforços de mediação para tentar levar as partes a um acordo de cessar-fogo, após mais de um ano de combates.

O Hezbollah começou a atacar o norte de Israel em apoio ao Hamas quando Israel iniciou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza em agosto de 2023, em resposta a um ataque do grupo extremista palestriniano em solo israelita.

Israel intensificou os bombardeamentos contra o sul do Líbano no final de setembro e lançou uma nova ofensiva terrestre contra o país vizinho.

Mais de um ano de troca de tiros entre Israel e o Hezbollah matou mais de 3.500 pessoas no Líbano, segundo as autoridades libanesas.

Israel calcula que cerca de 2.500 eram milicianos do grupo xiita pró-iraniano.

Do lado israelita, 78 pessoas foram mortas por ataques lançados a partir do Líbano, das quais 47 eram civis (seis dos quais estrangeiros).

Também 46 soldados e um investigador morreram em combates no sul do Líbano.

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