
Centenas de milhares de manifestantes, segundo uma estimativa do Fórum de Famílias de Reféns, reuniram-se hoje em Telavive para exigir um acordo de cessar-fogo com o Hamas que liberte os 50 reféns restantes em Gaza.
A organização, que representa muitas das famílias dos reféns, afirmou que cerca de 400 mil pessoas se reuniram em torno da chamada Praça dos Reféns ao início da noite, depois de muitas delas chegarem de comboio de todo o país.
A manifestação encerrou um dia de protestos e greves nacionais --- em setores como comércio e transporte --- contra a decisão do Governo israelita de expandir a ofensiva na Faixa de Gaza em vez de negociar um acordo para a devolução dos reféns.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acusou hoje os apoiantes da greve geral, convocada pelas famílias dos reféns em Gaza, de reforçarem o movimento islamita palestiniano Hamas e de atrasarem a libertação dos detidos.
"Aqueles que pedem hoje o fim da guerra sem uma derrota para o Hamas não apenas fortalecem a posição do Hamas e atrasam a libertação dos nossos reféns, mas também garantem que os horrores de 07 de outubro se repetirão continuamente, e que teremos que travar uma guerra sem fim", acusou Netanyahu na reunião semanal de gabinete.
A operação militar israelita desencadeada após o ataque de Hamas em 2023 causou já mais de 61 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas, perante acusações de genocídio por vários países e organizações.
As Nações Unidas têm alertado para uma situação de fome generalizada no enclave, onde Israel bloqueou a entrada de ajuda humanitária desde há meses e que retomou recentemente, apesar de a União Europeia e organizações humanitárias reclamarem que a quantidade é insuficiente para suprir as necessidades da população de mais de dois milhões de pessoas.