
A seleção portuguesa de canoagem terminou, este domingo, os Mundiais de Milão com três medalhas distintas, destacando-se o épico ouro no K4 500 metros do qual saíram João Ribeiro e Messias Baptista para a prata em K2 500.
João Ribeiro e Messias Baptista, que no título de sexta-feira foram acompanhados pelos estreantes Gustavo Gonçalves e Pedro Casinha, ambos com 22 anos, garantia de futuro na modalidade, sobressaíram numa seleção em transformação e na qual o experiente Fernando Pimenta continua protagonista, embora abaixo do seu nível habitual, já que o seu pecúlio desta vez se resumiu a um bronze, mas na distância olímpica de K1 1.000 metros.
O inédito título mundial em K4 500 metros surge depois de um surpreendente ouro europeu, em junho, na República Checa, de um barco que falhou Paris2024, na altura com outra tripulação.
O treinador Rui Fernandes tem matéria-prima de excelência para reescrever a falha olímpica, recordando-se que Gustavo Gonçalves e Pedro Casinha foram, em julho, campeões do mundo sub-23 em K2 500 metros: entre outros, Iago Bebiano, 10.º em Milão em K1 200 metros, zelará para que ninguém na equipa relaxe.
Fernando Pimenta chegou com a pesada herança de três medalhas trazidas dos Mundiais de 2023, na Alemanha -- ouro em K1 1.000 metros, prata nos 5.000 e bronze nos 500 -- acabando por levar apenas uma, o bronze na distância olímpica.
Numa época desgastante que promete continuar até aos mundiais de maratonas, na Hungria, Pimenta, de 36 anos, somou o seu 155.º pódio internacional, ficando ainda em quarto em K1 500 e sexto nos 5.000, nos quais a 100 metros do fim lutava pelo bronze.
A equipa feminina está em fase de transformação, com a eterna Teresa Portela, já com cinco Jogos Olímpicos no currículo, a contribuir para a formação de um novo K4, que é o objetivo maior da federação para Los Angeles2028, uma vez que a embarcação pode desdobrar-se em mais um K1 e K2.
Em maio, a competidora de 37 anos juntou-se às jovens Ana Brito, Ana Rodrigues e Inês Costa que em junho foram 10.ª no Europeu, acabando 14.ª em Milão: o nível está aferido, agora é preciso muito trabalho e comprometimento para o elevar nas próximas épocas, para tornar o sonho realidade.
Nas canoas, e após várias medalhas nos juniores, Beatriz Fernandes, de somente 21 anos, começa a mostrar-se entre as maiores do Mundo, tendo sido 12.ª e C1 200 metros e conseguido inédita final sénior para as mulheres portuguesas nesta especialidade, em C2 500, juntamente com Inês Penetra.
Na canoagem adaptada, igualmente resultados muito bons, apesar de, desta vez, não ter havido pódios: o campeão da Europa e medalhado paralímpico em Tóquio2020 Norberto Mourão foi quarto em VL2, apenas superado por dupla brasileira e um adversário britânico.
Já o também paralímpico Alex Santos conseguiu igualar o seu melhor desempenho de sempre, com o quinto posto em KL1.
O sistema de apuramento para os Jogos Olímpicos mudou e vai passar a ser por ranking, com detalhes a divulgar pela federação internacional até ao final do ano, mas que contabilizará, a partir de 2026, desempenhos em campeonatos da Europa e do Mundo, bem como Taças do Mundo.