"É com profunda tristeza e com um enorme sentido de justiça que me dirijo aos cidadãos de São Vicente", começa por dizer o candidato do Chega às Autárquicas de 12 de Outubro, depois de tomar conhecimento do afastamento de Fernando Góis, que se perfilava para ser seu adversário nas urnas na lista do PSD. "Nos últimos dias, todos temos acompanhado com perplexidade a retirada da candidatura de Fernando Góis — uma decisão que, mais do que inesperada, parece ter sido forçada por pressões externas injustificáveis e por jogos de bastidores que não honram a democracia", assinala.

E conta: "Lamento ter de dizer que, segundo vários relatos e pelo que me foi comunicado por muitas pessoas, essas pressões partiram de elementos ligados à candidatura liderada por António Gonçalves — uma candidatura que se dizia independente, mas que, ao que tudo indica, está envolvida em interesses pessoais e alianças partidárias que traem a confiança do povo."

Essa denúncia é reforçada: "Este tipo de atitude é uma ameaça direta ao espírito democrático. As eleições ganham-se com propostas e com trabalho — não com perseguições nem com esquemas maquiavélicos. Ontem (segunda-feira), senti na pele a revolta e a indignação de dezenas de vicentinos que me contactaram ao longo da noite, chocados com o que fizeram ao Sr. Fernando Góis e à sua equipa."

José Carlos Gonçalves conta inclusive que "esta semana, tomei café com o Sr. Góis. Um momento simples, mas cheio de significado. Tratámo-nos com respeito, com civilidade — como deve ser entre pessoas, principalmente as que querem o bem da terra. E é isso que me custa: perceber que nem todos jogam com lealdade. A candidatura que agora conta com o apoio do PSD/CDS está cercada por pessoas que, alegadamente, querem apenas se servir do poder — e não servir São Vicente", critica.

E promete: "Eu, José Carlos, e a equipa do Chega, mantemo-nos fiéis aos nossos valores: dignidade, respeito e compromisso com todos os munícipes. Não queremos governar contra ninguém — queremos governar com todos, para todos, e com total transparência. O orçamento municipal é dinheiro público, é dos vicentinos — não é ferramenta de recompensa ou interesse. Reafirmo com convicção: os adversários enfrentam-se nas urnas, com ideias e propostas. Nunca com pressões, chantagens ou falsidade. Estou solidário com Fernando Góis e com todos os elementos da sua lista afastados injustamente desta luta democrática."