
As autoridades ucranianas anunciaram ontem novas retiradas obrigatórias de civis na região leste do país, onde as tropas russas têm vindo a ganhar terreno há várias semanas, após terem tomado uma medida semelhante no final de julho.
"Estamos a iniciar a retirada obrigatória das famílias com crianças", indicou na rede social Telegram o governador da região de Donetsk, onde decorre a maioria dos combates.
O governador ucraniano identificou cerca de vinte localidades a serem evacuadas, onde vivem centenas de pessoas, incluindo mais de 100 crianças, todas a cerca de 30 quilómetros da linha da frente.
"Repito mais uma vez: permanecer na região de Donetsk é extremamente perigoso. Retirem-se enquanto podem", acrescentou Vadym Filashkin.
As forças russas têm intensificado desde julho as suas operações no leste e norte da Ucrânia e realizado lentas progressões, embora à custa de numerosas baixas de homens e equipamento.
Ao mesmo tempo, têm realizado fortes campanhas de bombardeamentos nas principais cidades ucranianas.
Com exceção dos primeiros meses da invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022, só novembro do ano passado registou avanços russos superiores aos do mês passado, de acordo com uma análise da agência France-Presse (AFP) com dados do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), um 'think tank' (grupo de reflexão) sediado em Washington.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, e o homólogo russo, Vladimir Putin, confirmaram a preparação de um encontro ao mais alto nível para discutir um cessar-fogo, até à data recusado pelo líder do Kremlin.
Trump estabeleceu um prazo, que expira hoje, a Moscovo para suspender as suas ações militares na Ucrânia, sob ameaça do agravamento de sanções e tarifas secundárias para os países importadores de hidrocarbonetos russos.