
Um dia após a reabertura ao público, e depois de uma interdição que vigorava há 102 anos, os banhos no rio Sena foram novamente proibidos. A previsão de chuvas fortes obrigou ao encerramento de três zonas, tendo sido hasteadas bandeiras vermelhas para alertar os banhistas de que a área se encontrava interdita devido a problemas na qualidade da água.
De acordo com o jornal francês Le Parisien, osistema de esgotos da capital francesa, construído no século XIX, tende a transbordar quando há chuvas intensas. Como as águas pluviais e residuais circulam pelo mesmo sistema, quando este fica saturado, o excesso é despejado no rio Sena como mecanismo de segurança, para evitar que os esgotos transbordem pelas ruas de Paris.
Desta forma, o risco de contaminação das águas é elevado, o que obriga as autoridades a encerrar temporariamente os banhos no rio Sena, durante um período de 24 a 36 horas após as chuvas. A próxima reabertura de algumas zonas está prevista para esta terça-feira, de acordo com a página oficial do Município de Paris.
Interdições podem tornar-se recorrentes
Segundo a Câmara Municipal de Paris, a qualidade da água é testada diariamente para garantir a segurança dos banhistas. Como nas praias, bandeiras coloridas vão indicar se é seguro entrar na água: verde para boa qualidade e vermelho para água imprópria ou correntes fortes.
Mas, devido às constantes oscilações de temperatura e aos períodos de precipitação, estas interdições poderão tornar-se recorrentes ao longo deste verão e durante toda a época balnear no rio Sena.
Nas últimas semanas, Paris foi uma das várias cidades europeias que enfrentaram uma vaga de calor, com temperaturas a rondar os 40 graus ou até mais em algumas zonas. Nos últimos dias, a temperatura caiu drasticamente e, em algumas regiões de França, foi emitido um alerta de tempestade moderada.
Milhares de pessoas voltaram a nadar no Sena
Desde sábado, 5 de julho, — até 31 de agosto — voltou a ser possível nadar no rio Sena — algo que era ilegal desde 1923, devido ao elevado nível de poluição e aos riscos associados à navegação fluvial.
No ano passado, a capital francesa foi palco dos Jogos Olímpicos de 2024, que decorreram entre 26 de julho e 11 de agosto. Na altura, Paris deu início a um projeto de limpeza no valor de 1,4 mil milhões de euros, com o objetivo de tornar o rio novamente apto para a prática de desportos aquáticos.
O plano incluiu sistemas avançados de desinfeção, novas ligações de saneamento para as casas flutuantes e a construção de um grande reservatório para reduzir a contaminação durante as chuvas.