João França, agricultor, e Bernardo Ruivo, instrutor de surf, fizeram nascer a Terracabins devido a “uma inquietação pessoal”. “Num mundo cada vez mais acelerado, hiper conectado e barulhento, percebemos, na pele, o impacto da sobrecarga digital e do stress constante, faltava-nos silêncio, natureza, espaço, tempo para pensar, sentir e simplesmente ser”.

Após vários dias rodeados de natureza, ao desligar o telemóvel e sair da cidade, sentiram uma clareza mental e leveza que, dizem: “já quase tínhamos esquecido”. Quiseram tornar esse sentimento acessível a mais pessoas e decidiram criar as “tiny cabins totalmente off-grid", o que grosso modo significa “pequenas cabanas sem rede”. São colocadas em propriedades privadas e selvagens, escolhidas a dedo, com design minimalista e muito confortáveis. “Comportam tudo o que é necessário, mas sem distrações, sem wi-fi, sem notificações, sem barulho”. O nome, “Terracabins”, nasce da junção de duas ideias: “terra”, que representa a ligação à natureza, ao chão que pisamos e que é essencial, e “cabins”, pequenas casas de madeira pensadas para o descanso, simplicidade e a reconexão. Mais do que alojamento, querem oferecer uma experiência e fazer um convite: “Desliga. Respira. (Re)começa”.

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Terracabins Expresso

O projeto teve início em 2024, em Porto Covo, com a primeiras cabanas afetuosamente batizadas de “Tonica” e “Odete”, e a com a missão de “ajudar as pessoas a fazerem pausas reais, a reconectarem-se com a natureza e com elas próprias para se sentirem melhor e o resultado após a estadia é abismal”.

Escolhem as localizações com muito cuidado e rigor. Há vários critérios que “têm mesmo de estar lá” como “natureza até perder de vista, sem estradas por perto, sem construções, sem barulho, sem nada artificial”. Querem “lugares que pareçam intocados, onde se possa mesmo desligar e aproveitar cada momento”.

“Maria” e “Aurora”, duas cabanas no meio do Tejo

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A mais recente localização “é surreal”. “Queríamos criar algo fora do comum, algo que ainda não existisse em Portugal, e conseguimos”. As duas novas cabanas, “Maria” e “Aurora”, com capacidade para duas pessoas, estão localizadas numa ilha com perto de 150 hectares, com cavalos, no meio do rio Tejo. “Estar ali é como entrar noutro mundo porque as paisagens, o ambiente são de tirar o fôlego, mesmo.”

A ideia é manter tudo muito exclusivo e íntimo, para que cada pessoa sinta que está ali sozinha, no próprio refúgio, longe de tudo e de todos. Cada cabina situa-se a cerca de 1 km de distância da outra, garantindo total privacidade e a sensação de ter a ilha só para si.

O design das cabanas foi desenvolvido pelos mentores do projeto, “com muita atenção e intenção, pensamos em cada detalhe, desde os lençóis, às janelas e posição da cama, até ao próprio percurso que se faz a pé até chegar a cada cabine, tudo conta para criar a experiência certa”. São construídas em Portugal, com materiais sustentáveis e ecológicos para garantir o menor impacto possível no ambiente. 100% autónomas, funcionam com energia solar, utilizam uma sanita de compostagem de última geração e são abastecidas com água proveniente de recursos naturais locais.

“Queremos que tudo esteja em sintonia com a natureza e nunca a contrariar.” Com uma área de 18 m², em open space, oferecem cozinha, sala, quarto e casa de banho. A ideia é viver uma experiência imersiva na natureza, sem abdicar do conforto e das comodidades que nos fazem sentir em casa. O preço da estadia varia entre dias de semana, de segunda a quinta-feira (€145), e fim de semana, de sexta-feira a sábado (€155), com um mínimo de duas noites de estadia e é semelhante em Porto Covo e na Lezíria.

Check-in e check-out em função das marés

TerraCabins no Tejo
TerraCabins no Tejo DR

Há duas formas de chegar à ilha na região de Salvaterra de Magos. Os hóspedes podem vir de carro, estacionar no parque e depois fazer uma caminhada tranquila de cerca de 500 metros até à cabana, ou, para algo diferente e único, apanhar o speedboat direto para a ilha noutra localização a indicar. A viagem de barco demora cerca de 15 minutos. Só é possível entrar e sair da ilha quando a maré não está totalmente cheia, pois quando enche, a estrada de acesso fica submersa, pelo que o check-in e o check-out têm de ser coordenados em função das marés.

Existe a possibilidade de seguir de barco a partir de Lisboa, uma experiência diferente e memorável (acrescem custos) que tem como ponto de partida a Doca de Santo Amaro, Marina do Parque das Nações, ou Vila França de Xira, passa por alguns dos pontos mais icónicos de Lisboa e acaba na ilha, na lezíria do Tejo, e tem a duração de 90 minutos. É impossível ficar indiferente ao contraste de ambiente que esta experiência proporciona.

Espaço para explorar e respirar fundo

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A ilha é, acima de tudo, um lugar para desligar do ruído e voltar a ligar-se a si mesmo, para respirar fundo, mas que tem espaço mais do que suficiente para explorar, entre caminhadas, birdwatching, pesca, ver as estrelas ou beber um copo à volta da fogueira acesa (exceto no verão, quando não é permitido por questões de segurança). Pode cozinhar com tempo, ouvir música no rádio cassetes, jogar jogos de tabuleiro, ler um livro ou utilizar o tapete de yoga num recanto ao ar livre.

Entre algumas surpresas que encontra na cabana está o “Terracabins Mind Journal”, desenhado especificamente para ajudar as pessoas a organizarem os pensamentos, ganhar clareza mental e reduzir o stress. As Terracabins foram pensadas para quem precisa de desacelerar sem abdicar do conforto. São especialmente indicadas para pessoas que se sentem presas ao ritmo acelerado da vida urbana e procuram um verdadeiro escape profundo de forma a redefinirem o equilíbrio entre o corpo, a mente e o meio ambiente, tanto para solo-travellers, como casais, ou até mesmo famílias com filhos bebés que não se importem de partilhar a cama. E claro, são pet friendly.

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Apesar de estarem instalados no Tejo há pouco mais de um mês e ainda em fase de soft-opening, João França e Bernardo Ruivo já estão de “olhos postos em novas localizações, igualmente incríveis” e que querem lançar ao longo de 2026. “A nossa missão é promover experiências de digital detox e a reconexão com a natureza, ajudando as pessoas a desligarem-se do excesso de estímulos e a redescobrirem a simplicidade, o silêncio e o tempo para si”.

Este é um novo capítulo para a Terracabins e, garantem os proprietários, é apenas o início já que pretendem continuar a crescer, aumentando gradualmente o número de localizações e cabines distintas, em locais especiais cuidadosamente escolhidos de norte a sul do país.

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