“Depois de uma viagem incrível de quase quatro anos, o Lisboeta, tal como o conhecemos, chegará ao fim já este outono”, anunciou Nuno Mendes numa publicação no Instagram.
O chef português radicado em Londres desde 2005, onde comandou diversos projetos de sucesso, revela-se orgulhoso “por termos ajudado a consolidar a cultura gastronómica portuguesa aqui em Londres e não só”, destaca na mesma publicação. Apesar do encerramento na capital londrina, a marca Lisboeta, “um projeto profundamente pessoal” não acaba aqui: “gostaria de continuar a crescer e a desenvolver a nível internacional. Os primeiros passos serão em Lisboa, mas depois iremos para outros territórios mais distantes”, adianta.
Quanto ao espaço do atual Lisboeta, localizado na Charlotte Street, em Fitzrovia, no centro de Londres, será ocupado por outro chef português: Leandro Carreira com “um novo e entusiasmante projeto com a equipa do MJMK. Chama-se LUSO e tenho a certeza que será uma ótima adição à cena gastronómica londrina. Estou ansioso para experimentar!”, destaca Nuno Mendes no mesmo post, acrescentando que o LUSO “oferecerá algo de novo, enraizado na nossa cultura partilhada, mas visto através da lente contemporânea de Leo. Não tenho dúvidas de que será extraordinário”, sublinha.
Aberto em 2022 no centro de Londres, o restaurante Lisboeta é uma “carta de amor do chef Nuno a Lisboa”, celebrando “o estilo de vida, a tradição e a emoção de pertencer”, pode ler-se na descrição do espaço.
“A ideia é tentar partilhar [com os londrinos] tudo aquilo que faz de Lisboa uma cidade tão especial”, explicava ele, meses após a abertura, ao Expresso. “Quero que o Lisboeta tenha o espírito de Lisboa: um espaço boémio e descontraído, que mostre a herança gastronómica da minha terra de uma forma meticulosa, mas também divertida”, descrevia sobre o espaço, que ocupa três pisos de uma casa tipicamente londrina localizada na Charlotte Street, em Fitzrovia, na capital britânica.
À mesa, a ementa “tenta recriar a tradição dos tachos e das travessas das famílias portuguesas”, em pratos como arroz de marisco ou chanfana de borrego, para partilhar, mas também petiscos e entradas como bacalhau à Brás, plumas de porco preto ou bife com molho de pica-pau.
Em Londres, onde o chef foi muitas vezes apelidado de “special one” na gastronomia – em alusão a outro português que, à época, dava cartas na capital londrina enquanto treinador do Chelsea, José Mourinho – assinou projetos como Bacchus (2006), The Loft Project (2009) ou Viajante (2010) que, apenas oito meses após a abertura conquistou uma estrela Michelin. Chiltern Firehouse, Taberna do Mercado (2015) e Mãos (2018), também distinguido com uma estrela Michelin, foram outros projetos de Nuno Mendes em Londres.
Em Portugal, Nuno Mendes dirige a Cozinha das Flores, no Porto, premiado com Garfo de Ouro no Guia Boa Cama Boa Mesa 2025, e o Santa Joana, aberto em 2025, em Lisboa. “Continuarei a concentrar-me nos meus projetos em Portugal”, assegura o chef na mesma publicação.