Nos últimos dois verões, o restaurante, desenhado ao detalhe por Philippe Starck, famoso designer francês e inspirado nos chalés de montanha, com a areia branca a evocar a neve nas montanhas. O então Praia na Comporta era gerido pelo grupo que detém, em Lisboa, o Praia no Parque. Em 2025, a decoração mantém-se, mas o espaço, escondido nas dunas, em frente à praia do Pego, na costa alentejana, ganhou nova vida e sabores, graças a uma parceria entre o premiado hotel Quinta da Comporta e a equipa Caché Paris, com assinatura do chef David Reartes.
Inaugurado no dia 26 de junho, o restaurante Caché Comporta integra-se na nova estratégia do hotel de Miguel Câncio Martins, no centro do Carvalhal, que tem apostado em novos conceitos gastronómicos. Premiado com Chave de Ouro no Guia Boa Cama Boa Mesa 2025, a Quinta da Comporta anunciou em março a mudança do principal restaurante para Inari, deusa do arroz, e uma nova equipa: Luís Espadana passou a chef executivo e Vítor Sobral assumiu o conceito gastronómico.
Caché (escondido) nas dunas
Em comunicado, a Quinta da Comporta dá a conhecer o novo restaurante ligando a palavra francesa caché ao facto do restaurante estar “escondido entre as dunas de areia branca” da praia do Pego. Explica que o Caché Comporta é um restaurante de praia, que resulta de uma parceria com a equipa Caché Paris, famoso restaurante na capital francesa com ementa mediterrânica focada no peixe, e que em Portugal conta com assinatura do chef David Reartes, conhecido por “uma cozinha frontal e apaixonada que honra a essência do produto”.
Neste contexto, o novo restaurante aposta no conceito “menos é mais”: o peixe chega diretamente da costa alentejana, os legumes, frutas e aromáticas são colhidos a poucos metros, na própria horta do resort. O arroz é da região e matriz da própria Quinta da Comporta. “Tudo é preparado de raiz, seguindo técnicas ancestrais com base em fermentações, escabeches, caldos intensos e molhos naturais”, explica-se em comunicado.
Manta de retalhos à mesa
“Como uma tradicional manta de retalhos”, a ementa do Caché Comporta recolhe inspiração de diversas gastronomias: fenícia, mediterrânea, ibérica e portuguesa. Entre os crus e a brasa, na carta, “é o ingrediente que conduz a narrativa”. Assim, para começar, nos crus, há “Ostras do Sado ao natural” (€4) ou “em Aguachile” (€5) e “Crudo de atum com garum” (€28), que utiliza molho de peixe fermentado, uma técnica com origem na civilização romana, que teve importante passagem na região de Troia.
“Amêijoas, navalheiras e mexilhões em escabeche com anis-estrelado e canela” (€22) é outra das entradas em destaque, a par da “La Gilda” (€14), uma espetada de peixe branco, tomate semi-seco, anchovas e pickle de pimento doce, que reinventa o pintxo basco com produtos da costa portuguesa. Referência ainda para as “Anchovas do mar Cantábrico curadas 24 meses” (€16) servidas em pão com tomate.
Da lista de especialidades do novo restaurante Caché Comporta surge a clássica “Lula à la Andaluza” (€24), com maionese de limão, as “Gambas cruas al ajillo” (€29) e o “Croquette de choco com tártaro de choco” (€12). Nos pratos principais, o peixe do dia na grelha pode ser servido simples, mas também ao estilo bilbaína (azeite quente, alho, pimento doce) ou à moda basca com molho pil-pil (azeite, alho, malagueta). Também trabalhados no fogo estão o “Lavagante Azul grelhado” e a “Ventresca de atum, com ponzu” (€42/220 g).
Nas carnes, as opções são “Rib de vaca” e “Plumas de porco ibérico” (€21), pincelados com a frescura do “pico de gallo”. A ementa é complementada por pratos de conforto, como “Arroz malandro de choco e mariscos” (€24) ou “Esparguete de lavagante, bisque e manteiga tostada (€32). Para fechar a refeição é obrigatória a “Madelena Caché”, com caramelo salgado e miso.
Aberto todos os dias, das 13h00 às 15h00 e das 18h00 às 0h00, o novo restaurante Caché Comporta (Praia do Pego, Carvalhal. Tel. 933096490) surge “na continuidade deste nosso compromisso em manter a autenticidade do estilo de vida da Comporta”, explica Miguel Câncio Martins, arquiteto e fundador da Quinta da Comporta: “um espaço onde se respeita o que de melhor a natureza nos dá e se celebra o prazer simples do convívio que une culturas à volta da mesa”.