
O presidente do Chega, André Ventura, acusou este sábado o primeiro-ministro, Luís Montenegro, de estar a “perder uma oportunidade única” ao não colocar a revisão constitucional na agenda prioritária do Executivo. A crítica foi feita durante o Conselho Nacional do partido, onde Ventura lamentou a postura do Governo e reiterou a sua aposta numa reforma profunda do regime político.
“É incompreensível que um Governo com maioria relativa rejeite avançar com a única via que poderia mudar estruturalmente o país”, disse Ventura perante os dirigentes do partido reunidos.
A revisão constitucional tem sido uma das bandeiras políticas do Chega, que propõe alterações no sistema judicial, na segurança, nas competências do Presidente da República e na redução do número de deputados. Para o líder do partido, o atual contexto político, com um novo Executivo e uma nova composição parlamentar, representava “o momento certo” para concretizar essas mudanças.
No entanto, Luís Montenegro já tinha afastado essa hipótese nas últimas semanas, defendendo que o foco do Governo deve estar na estabilidade, nas finanças públicas e na recuperação económica. Uma posição que não convenceu Ventura, que sublinha que “sem uma nova Constituição, o país continuará preso às amarras do passado”.
A intervenção de André Ventura surge numa altura em que o Chega procura reforçar o seu posicionamento como força alternativa ao sistema político tradicional, criticando tanto o Governo da AD como os partidos da esquerda.