Um voo da Air India, o AI171, despenhou-se esta quinta-feira pouco após a descolagem do Aeroporto Internacional Sardar Vallabhbhai Patel, em Ahmedabad, com destino ao Aeroporto de Gatwick, em Londres. A bordo iam 242 pessoas — dois pilotos, 10 tripulantes e 230 passageiros, entre os quais se incluíam 169 indianos, 53 britânicos, sete portugueses e um canadiano.

De acordo com o chefe da polícia de Ahmedabad, G. S. Malik, foram já recuperados 204 cadáveres no local do acidente. As autoridades confirmam que não há qualquer sobrevivente entre os ocupantes da aeronave. Além disso, cinco pessoas em terra — quatro estudantes universitários e um médico — perderam a vida quando o Boeing 787‑8 Dreamliner colidiu com um albergue da faculdade de medicina BJ Medical College, provocando um incêndio devastador. Estima-se que outras 41 pessoas estejam feridas, recebendo tratamento em hospitais locais.

O monomotor, com registo VT-ANB, em operação desde 2014, emitiu um sinal “Mayday” pouco depois de atingir uma altitude aproximada de 625 pés, antes da perda de contacto com os controladores de tráfego aéreo. Imagens captadas por transeuntes mostram a fuselagem num enorme clarão, envolvida por uma nuvem negra de fumo. Testemunhas referiram também que o trem de aterragem ainda estava parcialmente baixado durante a queda .

Este sinistro representa o primeiro acidente fatal envolvendo um Boeing 787 desde que entrou ao serviço em 2011. A Boeing, proprietária do aparelho, afirmou estar a recolher informação e colaborar com as autoridades indianas e a NTSB dos EUA nas investigações. Em consequência, as ações da fabricante sofreram um recuo de quase 8 % nas bolsas norte-americanas, num claro reflexo das crescentes preocupações com a segurança da sua frota.

Tanto o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, como o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, expressaram a sua profunda consternação e solidariedade com as famílias das vítimas. Os Governos indiano e britânico activaram linhas de apoio às famílias, enquanto a Air India confirmou a criação de uma linha de emergência e está a prestar apoio logístico e psicológico aos parentes das vítimas .

As operações no Aeroporto de Ahmedabad foram suspensas e as autoridades estão a criar corredores de acesso para as equipas de resgate e ambulâncias. Encontra‑se em curso uma investigação aos factos, com a prioridade em identificar vítimas através de amostras de DNA e apurar as causas do acidente.