Com a chegada do verão, o Município de Seia volta a celebrar uma das tradições mais enraizadas da Serra da Estrela: a transumância.

No próximo dia 28 de junho, pastores, gado e visitantes percorrem os caminhos ancestrais, naquela que é a Festa da Transumância e dos Pastores, uma experiência única que dá corpo à identidade e memória coletiva do território, salienta em nota a autarquia.

Esta iniciativa “convida a uma vivência autêntica da transumância, onde os pastores partilham o seu quotidiano com todos os que desejam acompanhar a subida dos rebanhos para as pastagens de altitude, numa ligação profunda entre o ser humano, o gado e a montanha”.

A celebração tem início a 22 de junho, na aldeia da Folgosa da Madalena, com a tradicional Romaria das Ovelhas à Festa de São João Baptista. Aqui, os pastores desfilam à vez com os seus rebanhos em redor da capela, pedindo proteção e um bom ano de pasto, num ritual de fé e agradecimento.

O ponto alto acontece uma semana depois, a 28 de junho, com a subida dos rebanhos, num trajeto de cerca de 10 quilómetros, que parte de Seia, atravessa a zona histórica da cidade e segue em direção à Aldeia de Montanha do Sabugueiro. Serão cerca de 3000 cabeças de gado que percorrem as canadas ancestrais da Serra da Estrela, num momento de respeito pela natureza, cultura e tradição.

Ao longo do percurso, haverá momentos de degustação gastronómica, com sabores inspirados na tradição pastoril, e animação cultural, proporcionando aos participantes uma jornada rica em experiências sensoriais e humanas.

A Festa da Transumância e dos Pastores é promovida pelo Município de Seia, em parceria com a rede das Aldeias de Montanha e em estreita colaboração com os pastores do concelho. O evento procura valorizar o património imaterial e a atividade pastoril, num compromisso com a preservação das tradições que moldam a paisagem e a identidade da Serra da Estrela.

Este ano, a celebração ganha um significado ainda mais especial: a tradição da Transumância da Serra da Estrela foi recentemente inscrita no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, por proposta do Departamento de Bens Culturais da Direção-Geral do Património Cultural, com o objetivo de salvaguardar a sua viabilidade futura. Este reconhecimento reforça a importância de manter viva uma prática ancestral que continua a definir o território e o modo de vida das comunidades serranas.