
O Vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, Roberto Grilo, defendeu esta quinta-feira, 22 de maio, em Campo Maior, a necessidade de colocar a agricultura no centro das políticas de coesão territorial, sublinhando que o desenvolvimento do setor exige cooperação, proximidade e responsabilidade coletiva.
Na sessão de abertura do Congresso Nacional do Azeite, o responsável lembrou que a agricultura é «o setor mais importante» da região, não só pelos indicadores económicos, mas também pela sua contribuição para a coesão territorial. «A agricultura pratica coesão. E por isso tem de começar a ter acesso aos fundos de coesão territorial», afirmou.
Roberto Grilo defendeu uma nova abordagem por parte do Estado face ao setor agrícola. «Não podemos continuar com uma agricultura que fundamenta a estratégia de desenvolvimento do Alentejo, mas que só tem como instrumentos os fundos da PAC», disse. «Temos de alargar a visão e colocar a agricultura na mesa da coesão.»
Sublinhando que os desafios atuais — como a escassez de água, os custos de produção e as alterações climáticas — exigem soluções concretas, o vice-presidente da CCDR insistiu que este é o momento de agir. «O tempo das promessas eternamente adiadas chegou ao fim. Este é o tempo de ação, é o tempo de fazer», declarou.
A responsabilidade coletiva foi um dos conceitos centrais da sua intervenção. «Temos de cooperar uns com os outros, temos de saber ouvir. E saber ouvir, como foi dito, é já uma decisão», afirmou. «A administração pública existe para regular, mas também para servir. Temos de estar próximos, escutar e entregar resultados.»
Grilo garantiu ainda que a CCDR do Alentejo está empenhada em trabalhar com todos os agentes da fileira do azeite. «Não estamos aqui para fazer figura de presença. Estamos aqui para trabalhar convosco — produtores, municípios, associações e centros de saber — para tornar esta fileira mais integrada, mais competitiva e mais ligada ao território.»
A terminar, deixou uma mensagem de confiança e compromisso. «Este setor já demonstrou que sabe fazer bem. Agora precisa de crescer com inteligência e com instituições que não fiquem à margem do futuro coletivo.»