As reservas nacionais de sangue para os grupos O- e O+ atingiram níveis críticos, levando o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) a lançar um apelo urgente à população para a dádiva imediata. A situação é particularmente preocupante nos hospitais do Algarve, onde a pressão aumenta devido ao afluxo de turistas nesta época do ano.

Segundo o IPST, o tipo O- encontra-se em “prioridade muito urgente”, com reservas para apenas três dias, enquanto o O+ está em “prioridade urgente” e também limitado ao mesmo período. Os grupos A- e B- apresentam igualmente sinais de descida, exigindo reforço nas próximas recolhas.

O presidente da Associação Portuguesa de Dadores de Sangue, Joaquim Silva, sublinha que “todos os tipos de sangue são necessários” e alerta para a importância de manter uma cultura regular de dádiva, uma vez que as reservas sofrem oscilações técnicas ao longo do ano.

Todos os dias, cerca de 1.100 doentes necessitam de transfusões ou tratamentos recorrendo a sangue nos hospitais portugueses. No Algarve e no litoral alentejano, o consumo aumenta devido à elevada procura turística, agravando a pressão sobre os meios de socorro hospitalares. Nos hospitais de Faro e Portimão, a situação é descrita como de “dificuldades acrescidas”.

Agosto é, tradicionalmente, um mês de quebra nas dádivas devido às férias, mas as necessidades mantêm-se estáveis ou em alta. As autoridades reforçam que a doação é um processo seguro, rápido e capaz de salvar vidas. Em Lisboa, os centros de recolha mantêm-se abertos até às 21h00.