Neste momento, os incêndios continuam a lavrar com intensidade nos distritos de Viseu, Guarda e Castelo Branco, mantendo a região em alerta máximo. As chamas ainda não estão totalmente dominadas e várias frentes ativas obrigam ao reforço constante de meios humanos e técnicos. O fogo em Arganil, que se estende para zonas de Viseu e Castelo Branco, mantém-se como um dos mais preocupantes, com mais de 1.600 operacionais no terreno. Já em Trancoso e Sátão, no coração da Beira Alta, os bombeiros continuam empenhados em consolidar perímetros para travar novos reacendimentos que têm surgido devido ao vento forte e às altas temperaturas.

As populações vivem momentos de grande incerteza. Em Sernancelhe, Penedono e São João da Pesqueira, muitas aldeias continuam cercadas por zonas de rescaldo que exigem vigilância permanente. Em Castelo Branco, as frentes de Louriçal do Campo e Almaceda permanecem ativas, preocupando autoridades e autarcas, que já pediram mais meios de reforço. Várias localidades ainda não têm comunicações ou eletricidade, uma consequência direta da destruição de cabos e postes durante a passagem das chamas.

A circulação rodoviária também continua condicionada. Estradas como a EN 238, entre Lavacolhos e Castelejo, e a EN 352, na ligação a São Vicente da Beira, permanecem cortadas. No distrito da Guarda, a EN 331 e a EN 226 mantêm-se interrompidas em diversos troços, dificultando a chegada de reforços e o acesso das populações. Em Viseu, o tráfego continua condicionado em vias como a EN 226 e a EN 321, obrigando a longos desvios.

O Governo já reuniu em Conselho de Ministros extraordinário em Viseu, mas, enquanto as medidas de apoio não chegam ao terreno, as populações permanecem em sobressalto, acompanhando de perto o trabalho dos bombeiros. As imagens que chegam das Beiras mostram uma região profundamente ferida, que enfrenta agora horas decisivas para evitar que a tragédia se alastre ainda mais.