Joaquim Luís Costa opinião Vale do Sousa TV
Joaquim Luís Costa
Licenciado em Ciências Históricas, mestre e doutor em Ciência da Informação. Historiador.

Quando acreditamos, os nossos rascunhos (sonhos) transformam-se em livros (realidade).

Em todas as terras existem homens e mulheres anónimos, com os seus afazeres diários, que, depois, nos seus tempos livres – muitas vezes coincidindo com a hora de dormir! – se dedicam a escrever em folhas soltas ou em cadernos poemas, histórias, romances… Não faltam exemplos. Possivelmente, muitos de nós conhecemos um familiar, vizinho ou conhecido que nas horas vagas está a escrever com a esperança de um dia conseguir publicar o que guarda nesses rascunhos. Muitos destes escritores, anónimos, acabam por não chegar a editar um livro porque acham que o que escrevem não é interessante ou acreditam que nenhuma editora aceitaria tal esboço. Para complicar, há sempre a tendência para só gostarmos de comprar e ler livros de autores que estão na moda (escrevo isto sem qualquer intenção de crítica negativa!).

Devo lembrar que, salvo raras exceções, um escritor agora conhecido no mercado nunca nasceu… famoso! Para o ser, teve de sonhar e lutar por isso. Um escritor conceituado foi primeiramente um anónimo, com medos e receios sobre se o que escrevia seria bom. Depois ganhou coragem, ou alguém o incentivou, e todos nós agradecemos o que escreveu e publicou.

Escrevo agora sobre este assunto porque neste mês de setembro, no dia 13, a partir das 15h30, decorrerá na cidade da Lixa (concelho de Felgueiras), no pavilhão da Casa do Povo, o lançamento de um novo romance de um escritor local, conhecido por “Zé Manel da Lixa”.

Manuel José Cerqueira da Silva, mais conhecido por “Zé Manel da Lixa”, nasceu na freguesia de Santão, também no concelho de Felgueiras, a 13 de outubro de 1949. Iniciou a sua carreira profissional como aprendiz de torneiro mecânico e chegou a empresário neste ramo de atividade. Após ter prestado serviço militar em Angola, de onde regressou em 1973, fixou residência em Vila Cova da Lixa, onde constituiu família e onde ainda vive.

Apesar do seu gosto pela escrita remontar a muitas décadas, foi apenas em 2009 que publicou o seu primeiro trabalho poético, com o título Encantos e recantos da cidade da Lixa, sendo este dedicado à sua terra amada. Incentivado e acarinhado pelos Lixenses e leitores em geral, começou a escrever e a publicar cada vez mais. Não será de admirar que, em 2013, tenha publicado outro trabalho poético – A poesia e a vida; e, em 2017, publicasse nova obra no mesmo género, com o título Amor e Sedução. Em 2021, o autor decide abraçar um novo género literário – o romance – com a edição da obra Portugal – Brasil em cinco gerações na fazenda Dona Mariazinha. Este romance encontra-se na sua quarta edição.

O novo livro a publicar este mês, com o título Uma rosa vermelha num peito de Lauri, é a segunda abordagem do autor no género romance, sendo baseado na sua experiência enquanto militar no Ultramar.

O Zé Manel da Lixa é um exemplo para muitos homens e mulheres anónimos que gostam de escrever, faltando-lhes, contudo, o último passo para se realizarem: a publicação. Mas temos de ser perseverantes: quando acreditamos, os nossos rascunhos (sonhos) transformam-se em livros (realidade). Ninguém nasce ensinado e muito menos conceituado. Temos é de saber acariciar as letras e acreditar que é possível publicar aquilo que sai naturalmente da nossa mente e do nosso coração!

Fica aqui o convite. Passem pela Lixa e participem neste evento único. Encontramo-nos lá.