A exposição “A última face corada”, de Ana Mata, integrada no ciclo “O desenho como pensamento” reúne pintura sobre cobre, matrizes de gravuras com desenhos onde se reconhecem pinturas antigas ou pormenores, de Caravaggio, Botticelli, Fra Angelico, entre outros.

A exposição prolonga uma viagem a Florença. No espaço, no tempo e no imaginário da História da Arte – e através da escrita.

Está patente na Casa-projeto na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda.


Em “Carta de Florença”, presente na exposição, a autora narra a história da viagem que lhe permitiu estar perante a presença das pinturas e do modo como se transformaram em olhar,
através do desenho.

Dá-nos também conta de um gesto que quebrou a possibilidade de reprodução das gravuras: a pintura sobre as chapas de cobre, matrizes de reprodução.

A última face corada é, assim, a face da pintura: desenho colorido pelo desejo de retomar a força do que é único e se manifesta na Presença, enquanto objeto no espaço e no tempo.


Assim, não é possível fotografar perfeitamente estas pinturas. Ao terem à vista cobre polido, as faces coradas são, também, faces espelhadas. A última face corada torna-se a expressão de um mote de sedução.


Ana Mata é natural de Setúbal, vive e trabalha entre Lisboa e Proença-a-Nova. Doutorada em
Belas-Artes pela Universidade de Lisboa, leciona Pintura na Faculdade de Belas-Artes dessa
universidade como docente convidada.

Expõe regularmente desde 2002, tendo realizado sete exposições individuais na Módulo – Centro Difusor de Arte e uma na Galeria 111, intitulada “Ninfas e Faunos”. Das exposições coletivas destaca-se, em 2010, “Res Pública, 1910 e 2010 face a face”.

A sua obra integra coleções privadas e públicas como a Coleção de Arte Contemporânea do Estado Português, Coleção de Livros de Artista e Edição Independente – Fundação Calouste Gulbenkian, Fundo de Aquisições de Arte Contemporânea da Câmara de Lisboa, Coleção Manuel de Brito, Fundação Ilídio Pinho, Coleção António Cachola, Fundação Carmona e Costa, entre outras.


A exposição “A última face corada” pode ser vista até 23 de julho de 2025, na Casa-projeto, Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda, das 15h00-18h00, nos dias 10, 11, 17, 18,
23, 25 e 30 de junho e nos dias 1, 2, 7, 8, 9, 14, 15, 16, 21, 22 e 23 de julho. A entrada é livre.


Ciclo “O desenho como pensamento”


O “Desenho como Pensamento” (DcP) é um ciclo de exposições e conversas que nasceu em 2020 da iniciativa de Alexandre Baptista que assume a direção artística do projeto.


O Município de Águeda, através do Centro de Artes, é o organizador e promotor deste vasto certame que já marca o calendário cultural da região.

A Universidade de Aveiro está associada desde a primeira edição e este ano partilha a organização do ciclo e assume a dinamização de duas grandes exposições no campus de Santiago e o acolhimento de três mostras na Casa Projeto no campus da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA) e uma presentemente na Casa Dr. Lourenço Peixinho, em Aveiro.

Paralelamente organizou algumas conversas e atividades paralelas abertas a toda a comunidade. São também parceiros do Ciclo o Município de Albergaria a Velha, a que este ano se junta o Município de ílhavo.