Muitas vezes em discussões com amigos ainda se ouvem frases como: ‘conheço alguém que nunca votou’; ‘conheço alguém que só votou uma vez na vida’.

Sou da geração de 80 e ainda fico surpresa ao ouvir essas afirmações, como podem haver pessoas tão desligadas da política? Pessoas que passaram a sua adolescência ainda sem telemóvel e sem o reboliço da internet e das fake news?

A nossa geração é considerada a mais formada de sempre, a geração que conseguiu ultrapassar a geração anterior em termos de formação e património. Mas e a nível de consciência política?

Em minha casa por influência do meu pai sempre se falou de política, e num distrito pintado de vermelho, era difícil fazer política com ideais que fossem de outras cores políticas. Mesmo assim, nunca desistiu, e eu por inerência, sempre o acompanhei na vontade de ver um Portugal diferente.

Um Portugal onde os jovens não tivessem que emigrar por obrigação, um Portugal onde a corrupção não fosse um dado adquirido, um Portugal onde o elevador social funcionasse, onde o mérito seria verdadeiramente recompensado.

Desde 2009 que a abstenção nas eleições legislativas tem vindo a aumentar significativamente para o valor máximo de 51,4% em 2019, ou seja, mais de 5 eleitores em cada 10 em 2019 não votaram. Felizmente, o padrão foi interrompido nas últimas eleições legislativas onde a abstenção desceu para 40,2%, valor mais baixo dos últimos 15 anos.

No entanto, é expectável que este valor aumente nas eleições de 18 de Maio, devido ao cansaço de eleições sucessivas e ciclos governativos cada vez mais curtos. É urgente que se quebre este padrão e que estas eleições sejam o começo de um novo padrão, um padrão de estabilidade governativa que traga tranquilidade e prosperidade para todos.

Hoje em dia existem múltiplas formas de se manter informado e de comparar os diferentes programas políticos, e até mesmo de votar, usando o voto em mobilidade.

Para isso, o seu voto é importante! Na dúvida, vote! Será sempre mais legítimo queixar se de uma escolha menos bem feita do que queixar-se por coisa nenhuma.