
O Município de Alandroal deixou “oficialmente” o Programa de Assistência Municipal (PAM) esta quinta-feira.
Uma data marcada pela assinatura do acordo de cessação do PAM, de algo que foi confirmado em maio deste ano.
Aos jornalistas, o presidente da autarquia, João Grilo, vincou na cerimónia que está «satisfeito» com a cessação, até porque «os munícipes compreenderam, nos últimos oito anos, a importância que era desenvolver este tipo de gestão».
«Por vezes, nem têm uma perceção das dificuldades, porque vamos sistematicamente colmatando e dando respostas, mas as dificuldades existem e exigem uma gestão muito rigorosa e vão continuar a exigir», sublinhou o presidente.
Agora, com um «sentimento de dever cumprido», o autarca destacou o «ponto de viragem para o concelho, o que permite «mais autonomia» ao executivo. Contudo, «entregámos 7,5 milhões de euros durante estes oito anos».
«Faziam-nos muita falta e é bom que pensemos que nos teriam ajudado muito nesta trajetória», realçou João Grilo, dizendo ainda que «não nos refugiámos nisso».
Ainda assim, e com consciência da «situação financeira muito difícil» desde 2009, o autarca reforçou que antecipa «alcançar» o fim do endividamento «de uma forma muito antecipada», com o «crescimento do concelho».
«Não podemos correr muitos riscos, mas sim, há margem. Queremos chegar a um nível de endividamento que não comprometa nenhuma das ações futuras nem daquilo que queremos fazer», acrescentou.
Isto porque, segundo o presidente, já há 3,6 milhões de euros atribuídos a projetos do concelho do pograma Alentejo 2030, assim como «aprovação de candidaturas do Turismo de Portugal» e ainda «outras candidaturas a nível europeu em que estamos envolvidos».
Para além disso, João Grilo comentou a possibilidade de baixar impostos municipais, como é o caso do IMI e do IMT, «se tivermos mais receita a chegar».
«Neste momento, com os impostos cobrados, conseguimos assegurar o serviço da dívida [1,2 milhões por ano]. Com certeza que podemos não cobrar diretamente do mesmo grau em que estamos a cobrar hoje aqueles que já pagam», complementou o autarca.
Já Miguel Almeida, presidente executivo da Comissão do Fundo de Apoio Municipal (FAM), sublinhou que Alandroal «era um município que vinha com muitas dificuldades financeiras» e «com pouca capacidade de captação de receita».
Porém, «viemos ao terreno e conhecemos a realidade municipal e fomos ajustando o plano», mesmo que «várias soluções tentadas anteriormente não resultaram».
Desta forma, e com um plano “traçado”, o presidente do PAM realçou que o trajeto «exigiu uma capacidade de gestão ao executivo», até porque «não foi só colocarmos dinheiro em cima do problema».
De seguida, fique com a foto-reportagem da cerimónia.