Portugal enfrenta, esta sexta-feira de manhã, uma das mais graves ondas de incêndios das últimas décadas, com especial incidência nas regiões Norte e Centro. Mais de 4.000 bombeiros estão no terreno a tentar travar as chamas, que já destruíram veículos, habitações devolutas, armazéns e extensas áreas de floresta. Entre as vítimas, contam-se dezenas de feridos, um deles em estado grave.

O cenário mais preocupante regista-se entre Sátão, no distrito de Viseu, e Trancoso, na Guarda, onde dois incêndios se uniram, formando um mega incêndio com frentes de até 25 quilómetros. O fogo avança descontroladamente por oito concelhos e ameaça dezenas de localidades. Especialistas admitem que poderá tornar-se o maior incêndio em área ardida desde que há registos.

Outro ponto crítico é Piódão, no concelho de Arganil, onde um incêndio deflagrou pelas 05h00 de 13 de agosto, possivelmente devido a uma descarga elétrica. O fogo estende-se a municípios vizinhos, como Oliveira do Hospital, Seia, Pampilhosa da Serra e Fundão. Milhares de hectares já arderam, com várias aldeias evacuadas e outras em iminente risco.

Na Serra da Lousã, as chamas continuam ativas e ameaçam localidades como Cabanões, Fiscal, Póvoa de Fiscal e Vilarinho, tendo já destruído grande parte da mancha florestal.

No Alentejo, o incêndio de Portalegre alastra desde quinta-feira à tarde e já chegou ao concelho de Castelo de Vide, aproximando-se do perímetro urbano, embora sem feridos ou habitações destruídas.

As previsões meteorológicas para hoje agravam o cenário: vento forte com rajadas até 60 km/h no Norte e Centro, aliado a uma humidade mínima inferior a 20%, poderá dificultar ainda mais o combate às chamas.