
Em entrevista ao Cidade Hoje, o presidente da Câmara realça que as Festas Antoninas, que começam esta sexta-feira e prolongam-se até 13 de junho, são um «espaço de encontro e de partilha» que valorizam a cultura famalicense e trazem retorno económico por causa dos milhares de pessoas que vêm à cidade. Mário Passos insiste que houve reforço da segurança, da limpeza e do estacionamento para que todos sejam bem recebidos. O orçamento, de quase um milhão de euros, tem sido criticado, mas o edil não considera a critica justa. Destaca o número de dias de festa, o programa, que pela primeira vez tem um dia para o folclore, e o apoio aos movimentos. Só as marchas, uma das maiores apostas, levam 25% do orçamento.
CIDADE HOJE (CH) – As Festas Antoninas atingiram o ponto de realização desejado pelo município?
MÁRIO PASSOS (MP) – As Festas Antoninas têm vindo a consolidar-se ano após ano como um marco fundamental do nosso calendário. Todos os anos trabalhamos para tornar as nossas festas mais atrativas, com uma programação que vá ao encontro de todos os gostos e idades, com grandes concertos e com melhorias contínuas nas questões de organização e logística que muito têm contribuído para a afirmação das Festas Antoninas como as maiores e mais emblemáticas festas do concelho e como uma das maiores romarias da região norte e do país.
CH – Quais os principais objetivos associados a esta celebração?
MP – As Festas Antoninas têm como principais objetivos promover as nossas tradições, a nossa cultura e a nossa história, mas com elas pretende-se também dinamizar a economia do concelho e reforçar o sentimento de pertença e de comunidade. Queremos que sejam um espaço de encontro e de partilha, onde a cultura popular, a música, a gastronomia e a alegria estejam presentes. Queremos que as Antoninas sejam vividas de forma intensa por todos os famalicenses e por todos aqueles que, por estes dias, visitam Vila Nova de Famalicão e isso, felizmente, tem-se verificado.
CH – As marchas são uma aposta diferenciada?
MP – Sim, as Marchas Antoninas são um elemento distintivo e diferenciador das nossas festas. Nos últimos anos temos apostado na sua valorização, incentivando a criatividade e a participação das associações locais, e o facto de atraírem cada vez mais público é bem demonstrativo da grandiosidade e da qualidade das nossas Marchas. É, de facto, um momento de grande orgulho que traz para as ruas meses de trabalho e não tenho dúvidas de que este ano voltaremos a ter uma grande noite de marchas.
As associações locais são fundamentais na dinamização das atividades, na organização das marchas e em muitas outras iniciativas que compõem o programa e é este trabalho conjunto que torna as nossas festas mais ricas, mais autênticas e verdadeiramente representativas da nossa comunidade.
CH – O município é um dos promotores, há outros, qual a importância do envolvimento do movimento associativo?
MP – O envolvimento do movimento associativo é essencial para o sucesso das Festas Antoninas que são feitas para os famalicenses e pelos famalicenses. As associações locais são fundamentais na dinamização das atividades, na organização das marchas e em muitas outras iniciativas que compõem o programa e é este trabalho conjunto que torna as nossas festas mais ricas, mais autênticas e verdadeiramente representativas da nossa comunidade. Por exemplo, este ano, pela primeira vez, temos um dia exclusivo para o Folclore do nosso concelho. No dia 10 de junho, para além do Desfile Etnográfico haverá atuação dos 23 grupos do nosso concelho, em 2 palcos montados na cidade.
CH – A cidade está preparada, do ponto de vista logístico, para receber milhares de pessoas?
MP – Sim, temos vindo a reforçar todos os anos a vertente logística, desde o reforço da segurança e da limpeza, passando pela melhoria dos acessos e da sinalética, até à disponibilização de infraestruturas de apoio. O novo centro urbano permitiu-nos reconfigurar e melhorar a organização de vários eventos e também as Antoninas estão hoje melhor preparadas para receber todos os que nos visitam, garantindo que desfrutam de uma experiência única e segura.
CH – Haverá mais estacionamento?
MP – Sim. À semelhança do ano passado, a Câmara Municipal vai reforçar o estacionamento gratuito na zona periférica das festas, desde logo com o alargamento do horário de alguns parques que estão sob a alçada municipal, como é o caso do parque coberto da Casa das Artes, mas também com um conjunto de parcerias que voltamos a estabelecer com entidades e proprietários privados para a cedência de terrenos para o reforço do estacionamento.
CH – As Antoninas têm potenciado a imagem e o turismo no concelho?
MP – As Festas Antoninas são um cartão de visita de Famalicão e têm trazido para o concelho milhares de visitantes. Este fluxo potencia a economia e contribui para a afirmação do nosso concelho como destino turístico, não só durante as festas, mas também ao longo de todo o ano. O entusiasmo que se vive nas ruas por estes dias e a forma como recebemos quem nos visita são, desde logo, um convite para que regressem a Vila Nova de Famalicão e tenho a convicção de que acabam por fazê-lo noutra ocasião do ano também.
O orçamento das Antoninas reflete o nosso compromisso com a qualidade das festas concelhias. Oferecemos uma programação diversificada e atrativa, com grandes nomes nacionais, mas que na sua grande maioria é protagonizada por associações do concelho. Temos potenciado a noite das Marchas que só este ano representa mais de 25% do orçamento total das Antoninas. Estamos a falar de um investimento que tem retorno direto e indireto na economia e na dinâmica local.
CH – O orçamento é o mais elevado de sempre. Como o justifica e como responde às críticas dos partidos da oposição?
MP – O orçamento das Antoninas reflete o nosso compromisso com a qualidade das festas concelhias. Oferecemos uma programação diversificada e atrativa, com grandes nomes nacionais, mas que na sua grande maioria é protagonizada por associações do concelho. Temos potenciado a noite das Marchas que só este ano representa mais de 25% do orçamento total das Antoninas. Estamos a falar de um investimento que tem retorno direto e indireto na economia e na dinâmica local. Acresce a isto o facto de termos 8 dias de festa, de manhã à noite, e também o facto de tudo estar mais caro.
Poderia perceber as críticas se a Câmara Municipal deixasse de fazer os investimentos necessários em áreas tão importantes como a Saúde ou a Educação, em detrimento das Festas Antoninas, mas não é isso que está a acontecer. Temos no terreno um volume de investimento histórico fundamental para a qualidade de vida dos famalicenses, ao mesmo tempo que somos capazes de realizar umas Festas Antoninas grandiosas. Não acho, de todo, que seja uma crítica justa.
CH – O facto de as Festas serem Património Imaterial Cultural Nacional acrescenta responsabilidades?
MP – É um reconhecimento que muito nos orgulha e que naturalmente reforça a nossa responsabilidade. Queremos honrar esta distinção, garantindo a preservação das tradições e a valorização do património imaterial que as Festas Antoninas representam. Ao mesmo tempo, isso obriga-nos a manter elevados padrões de qualidade e a trabalhar para que estas festas sejam cada vez melhores, que respeitem esse reconhecimento e que continuem a ser a festa de Famalicão e dos famalicenses, onde todos se sentem representados e orgulhosos.