
O exercício Fénix juntou hoje mais de 200 operacionais em Abrantes e em Sardoal para “concluir a fase de preparação sectorial e testar a capacidade de resposta” da Proteção Civil nacional contra incêndios rurais de grande complexidade.
“Este exercício nacional é o corolário de toda a preparação que foi feita sectorialmente, ao nível dos comandos sub-regionais e dos comandos regionais, com um conjunto muito grande de ações de formação, de capacitação, de treinos operacionais, e agora era a altura de fazer um teste nacional”, disse à Lusa o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil.
Segundo Mário Silvestre, este “teste nacional” realizado no distrito de Santarém é uma prova “à gestão de recursos, capacidade, comando e controle”, bem como treinar o dispositivo e as articulações do dispositivo para ser “mais interoperável e ter cada vez mais capacidade para decidir bem”.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), através do Comando Regional de Lisboa e Vale do Tejo e do Comando Sub-regional do Médio Tejo, realizou o exercício Fénix 2025 que visou testar e validar os mecanismos de resposta operacional a incêndios rurais com elevada complexidade.
O exercício centrou-se na avaliação das componentes de comando e controlo, com base no Sistema de Gestão de Operações (SGO), e na movimentação real de meios no terreno, através da execução de diversos cenários setoriais que visaram testar a retirada de aglomerados populacionais, no âmbito dos programas “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras”, bem como a instalação de Zonas de Concentração e Apoio à População (ZCAP).
Hoje foi simulada a ocorrência de um “incêndio de grande dimensão, com elevada velocidade de propagação e comportamento extremo”, em cenário que procurou colocar à prova as capacidades de comando, controlo, comunicações e os mecanismos de apoio à decisão operacional, em todos os escalões hierárquicos.
Mário Silvestre salientou a importância de divulgar o trabalho que a ANEPC desenvolve ao nível da preparação para o combate aos incêndios e ao nível da segurança de pessoas e bens, tendo feito notar que todos os cidadãos são agentes da proteção civil.
“Eu acho que vale a pena dar a conhecer ao cidadão português que tem uma proteção civil e que tem um dispositivo que se prepara e que tudo faz durante o ano inteiro. Até porque nós não nos podemos esquecer que, para chegarmos aqui hoje, houve um conjunto de homens e mulheres que trabalharam muito para chegar a esta preparação”, declarou.
O responsável advogou a necessidade de “haver uma responsabilização muito grande por parte de cada cidadão (…) para que este flagelo que todos os anos vivemos não se volte a repetir”.
O exercício Fénix 2025 contou com a participação dos municípios de Abrantes e Sardoal que serviram de cenário para a ocorrência simulada, e que testaram os seus instrumentos de gestão e resposta no âmbito da proteção civil, nomeadamente os serviços e planos municipais de emergência e proteção civil, e os gabinetes técnicos florestais.
No exercício Fénix estiveram envolvidos operacionais da ANPEC, dos corpos de bombeiros, Forças Armadas, GNR, PSP, Força Especial de Proteção Civil da ANEPC, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), INEM, além de outras entidades públicas e privadas.