O Dia Mundial do Ambiente centra-se hoje na luta contra a poluição de plásticos, um produto que já contaminou água, alimentos e ar e que cuja produção continua a aumentar, este ano 516 milhões de toneladas.

Marcado por uma mobilização global contra a poluição por plástico, o dia que hoje se assinala tem este ano como país anfitrião a Coreia do Sul e como lema “Combater a poluição por plástico”.

O Dia Mundial do Ambiente acontece exatamente dois meses antes de uma nova reunião mundial para negociar um tratado global para acabar com a poluição por plásticos.

Na página oficial sobre a efeméride a ONU destaca que a poluição por plásticos está presente em todos os cantos do planeta mas também nos corpos humanos, sob a forma de microplásticos, e explica que o Dia tem como objetivo encorajar pessoas, organizações, indústrias e governos a adotarem práticas sustentáveis que conduzam a uma mudança sistémica.

“A poluição por plásticos está a sufocar o nosso planeta, prejudicando os ecossistemas, o bem-estar e o clima. Os resíduos de plástico entopem os rios, poluem os oceanos e põem em perigo a vida selvagem”, diz o secretário-geral da ONU numa mensagem para o Dia Mundial do Ambiente.

A ONU destaca na página dedicada ao Dia Mundial do Ambiente a dispersão do plástico, ainda que não o diabolize, afirmando que o material trouxe benefícios inegáveis, desde a poupança de energia à conservação de materiais.

A coordenadora do Pacto Português para os Plásticos (PPP), Patrícia Carvalho, em declarações à agência Lusa também frisa que a luta não é contra o plástico mas sim contra a má utilização do plástico, um material que é útil em muitas áreas.

Otimista, considera que as pessoas estão mais informadas e atentas, e que se passou a fase de diabolizar o plástico para outra de entendimento de que é preciso agir. Mas “é preciso mais ação”, é preciso mais reciclagem, uma área cujas metas não estão a ser cumpridas.

Em Portugal o dia é assinalado com iniciativas como conferências, apresentação de medidas ambientais ou mesmo o lançamento de um livro, sempre alertando para a degradação ambiental.

Aproveitando a data a organização “Apadrinha uma Oliveira”, criada há dois anos, propõe precisamente o apadrinhamento de uma oliveira como forma de combater as alterações climáticas.

Se de repente 100.000 oliveiras desaparecessem seriam libertados para a atmosfera 300 mil toneladas de dióxido de carbono, diz a organização, que tem como objetivo recuperar oliveiras centenárias abandonadas, que já acumularam milhares de quilos de carbono. Já recuperou mais de 4.000 oliveiras.

O Dia Mundial do Ambiente foi criado pela ONU em 1972, na primeira conferência das Nações Unidas sobre o desenvolvimento humano, em Estocolmo.

Segundo estimativas da organização até 2060 o consumo global anual de plástico deve atingir mais de 1,2 mil milhões de toneladas.